Porta-aviões norte-americanos entram no Mar da China Meridional para exercícios militares

por RTP
Os dois grupos de porta-aviões da Marinha dos EUA começaram as operações na China no domingo. Mike Blake - Reuters

Dois grupos de porta-aviões norte-americanos entraram no Mar da China Meridional para levarem a cabo exercícios de treino, avançou esta segunda-feira o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A informação chega no mesmo dia em que Taiwan denunciou a entrada de 39 aviões militares chineses no seu território.

De acordo com o Pentágono, os dois grupos de porta-aviões da Marinha dos EUA começaram as operações na China no domingo e foram encabeçados pelos porta-aviões USS Carl Vinson e USS Abraham Lincoln, de maiores dimensões.

Os navios vão realizar exercícios no Mar da China Meridional, incluindo operações antissubmarino e de interdição marítima para fortalecer a prontidão de combate, declarou o Departamento de Defesa. Serão também levados a cabo exercícios aéreos.

O Pentágono quis ainda esclarecer que os treinos serão realizados de acordo com a lei internacional em águas estrangeiras.

“Operações como esta permitem-nos melhorar a nossa capacidade de combate, tranquilizar os nossos aliados e parceiros e demonstrar a nossa determinação enquanto Marinha de garantir a estabilidade regional e combater influências malignas”, acrescentou o Pentágono, citando o contra-almirante J. T. Anderson, que irá liderar o grupo do USS Abraham Lincoln.

A Marinha dos Estados Unidos informou, entretanto, que os dois grupos de porta-aviões estiveram no domingo a realizar exercícios conjuntos com a Marinha do Japão no Mar das Filipinas, uma área que inclui as águas a leste de Taiwan, região disputada pela China.

É frequente navios norte-americanos navegarem perto das ilhas ocupadas por Pequim no Mar da China Meridional, de modo a desafiarem as reivindicações de soberania por parte dessa nação.
China envia 39 aeronaves a território taiwanês
As declarações do Pentágono chegam no mesmo dia em que Taiwan denunciou uma incursão da Força Aérea chinesa ao seu território. Terão sido identificadas 39 aeronaves numa área próxima às Ilhas Pratas, localizadas no extremo norte do Mar da China Meridional e controladas por Taiwan.

De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan, participaram na invasão 24 caças J-16, dez caças J-11 e um bombardeiro nuclear H-6, entre outras aeronaves. Esta é a maior incursão por parte da China à região desde outubro do ano passado.

A Força Aérea da ilha emitiu avisos e mobilizou unidades até que os aviões chineses abandonassem o espaço aéreo taiwanês, que não está definido ou regulado por nenhum tratado internacional.

Nos últimos dois anos, a China aumentou o assédio militar através de exercícios nas águas em redor da ilha e do envio de aviões de guerra em direção ao território.

A maior incursão, envolvendo 56 aviões de combate num único dia, aconteceu em outubro, semanas após a ilha ter submetido um pedido de adesão ao Acordo Progressivo e Abrangente para a Parceria Transpacífica (CPTPP), um dos maiores acordos comerciais do mundo.

Só em outubro, Taiwan registou 196 incursões, incluindo 149 em apenas quatro dias, o período do Dia Nacional da República Popular da China.

O regime comunista chinês reivindica Taiwan como uma província sua, apesar de o território funcionar como uma entidade política soberana. Pequim admite mesmo o uso da força para assumir o controlo sobre a ilha e tem aumentando a pressão diplomática para a isolar no cenário internacional.

c/ agências
Tópicos
pub