Portugal irá reconhecer "na altura própria" e depois de "ponderadas as circunstâncias"
Bruxelas, 18 Fev (Lusa) - Portugal assumiu hoje, em Bruxelas, que irá reconhecer o Kosovo "na altura própria", depois de ponderadas as circunstâncias" em que foi feita a declaração de independência, segundo o secretário de estado dos Assuntos Europeus.
Em declarações à entrada de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), Manuel Lobo Antunes considerou que "Portugal não tem problemas relativamente ao reconhecimento".
"O que nós não consideramos é que esta questão do reconhecimento seja uma corrida aos reconhecimentos para ver quem é o primeiro, quem fica em segundo lugar, em terceiro, etc", acrescentou.
Para o governante português, "na altura própria, ponderadas as circunstâncias", Portugal tomará a decisão "que entender deve ser tomada".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, deverá chegar a Bruxelas ainda antes do fim da manhã, proveniente de Amã, onde acompanha a visita oficial do presidente da República à Jordânia.
Os chefes da diplomacia europeia vão hoje, em Bruxelas, tentar chegar a uma posição comum sobre a declaração de independência do Kosovo antes de os Estados-membros dos 27, individualmente, começarem a reconhecer o novo país.
A UE, como organização internacional, não tem "competências" para reconhecer o nascimento do novo país, mas os "grandes" Estados-membros da UE (Alemanha, França, Reino Unido e Itália) já manifestaram a sua intenção em reconhecer rapidamente o Kosovo que declarou domingo a sua independência.
Uma larga maioria dos 27 deverá seguir os "grandes", mas pelo menos seis países (Chipre, Espanha, Bulgária, Grécia, Roménia e Eslováquia) não o irão fazer tão cedo, visto recearem que isso encoraje movimentos separatistas em todo o mundo.
"Vamos tentar uma unidade que estou convicto que vamos conseguir, essa unidade é possível", disse Manuel Lobo Antunes, acrescentando que "cada um será livre de actuar como quiser".
FPB
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