Portugal lamenta saída dos EUA do Conselho de Direitos Humanos

O Governo português manifestou pesar pela retirada dos Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirmando que “a saída de um Estado membro das Nações Unidas do Conselho de Direitos Humanos é uma perda para todos”. A decisão norte-americana surge alguns dias antes da visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Washington, onde se vai encontrar com Donald Trump.

RTP /
Para quinta-feira está agendada uma reunião do ministro português dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, com o seu homólogo norte-americano, Mike Pompeo Rafael Marchante - Reuters

“O Governo Português tomou conhecimento com pesar da decisão dos Estados Unidos da América de abandonar o Conselho de Direitos Humanos, órgão no qual exercia um mandato desde 2016 e que terminaria a 31 de dezembro deste ano”, afirma o Executivo, através de um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Governo defende que “é através da participação ativa nas diferentes agências e instâncias que constituem o sistema das Nações Unidas, bem como através do diálogo entre Estados que poderão ser ultrapassadas divergências”.

“O papel desempenhado pelo Conselho de Direitos Humanos na promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo é muito valorizado pelo Governo Português, que nele participa com empenho”, sublinha. Para quinta-feira está agendada uma reunião do ministro português dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, com o seu homólogo norte-americano, Mike Pompeo.

O Governo recorda que “Portugal é um firme defensor de um sistema multilateral reforçado, ancorado nos três pilares do sistema das Nações Unidas e num conceito abrangente e transversal da paz, que promova em simultâneo os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável”.

Os Estados Unidos anunciaram terça-feira que se iam retirar do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que acusam de “hipocrisia e preconceito contra Israel”.

“O Governo Português espera que a decisão dos Estados Unidos da América, país amigo, aliado e pioneiro na defesa dos direitos humanos e liberdades fundamentais, possa ser reconsiderada”, remata o comunicado que relembra que se assinalam agora os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Marcelo Rebelo de Sousa tem agendada uma deslocação aos Estados Unidos, nos dias 26 e 27 de junho, para encerrar as celebrações do Mês de Portugal e para ser recebido pelo Presidente norte-americano na Casa Branca.

Para a Presidência da República a reunião entre o Presidente da República e o seu homólogo norte-americano constitui uma oportunidade para “abordar o futuro e aprofundamento das relações bilaterais entre os dois Países e debater temas relevantes da agenda internacional”.

Tópicos
PUB