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Portugal, o país europeu que mais discrimina pessoas de etnia cigana
Esta é uma das conclusões de um inquérito da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA). Foram inquiridos 422 portugueses ciganos e 63 por cento sentiu-se discriminado nos 12 meses anteriores à realização do inquérito. Estes 63 por cento colocam Portugal com a percentagem mais elevada de discriminação.
Este valor representa um salto de 16 pontos percentuais em comparação com o inquérito de 2016 e um aumento de um ponto percentual em relação ao inquérito de 2021. "As taxas de discriminação atingiram os seus níveis mais elevados na Irlanda (para ciganos e nómadas), Itália e Portugal", lê-se no relatório.
Entre os 422 portugueses ciganos, quase metade foi vítima de, pelo menos, uma forma de assédio motivado pelo ódio ao facto de serem ciganos.
No entanto, apesar da melhoria em áreas como o acesso ao emprego, à habitação e à educação, "as disparidades em relação à população em geral permanecem profundas".
O inquérito conclui que as pessoas de etnia cigana são quatro vezes mais afetadas pela pobreza do que a restante população da União Europeia. Ou seja, sete em cada dez vivem na pobreza, sendo as crianças as mais atingidas. As comunidades cigana e nómada também continuam a enfrentar discriminação e segregação.
Na habitação, diminuiu a percentagem de pessoas de etnia cigana a viver em casas sem saneamento, húmidas e sem luz natural– são 47 por cento e em 2016 eram 61 por cento.
Quanto ao trabalho remunerado, a percentagem (54 por cento) aumentou sensivelmente mais 10 por cento em 2024 do que em 2016. Mas está abaixo da média europeia – 75 por cento. Na educação, a segregação escolar permanece elevada. Quase metade (46 por cento) das crianças frequenta escolas onde a maioria dos alunos é da mesma etnia.
Aumentou o número de crianças a frequentar o pré-escolar, ainda assim a percentagem – 53 por cento – permanece longe da médica europeia – 95 por cento.
Apenas 32 por cento concluem o ensino secundário superior, em comparação com 84% da população em geral.
A saúde é outra área crítica: os homens vivem em média menos oito anos e as mulheres menos 7,4 anos do que o resto da população dos países analisados. Para a FRA, os maiores desafios mantêm-se: combater o anticiganismo, a pobreza, a discriminação e a segregação escolar. Ao mesmo tempo criar mais oportunidades justas para mulheres e jovens.
O inquérito, relativo a 2024, envolveu 10 Estados-membros.
Entre os 422 portugueses ciganos, quase metade foi vítima de, pelo menos, uma forma de assédio motivado pelo ódio ao facto de serem ciganos.
O relatório da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) regista 48 por cento que disse ter sido vítima de assédio em Portugal. A seguir surge Itália (44 por cento) e Irlanda (41 por cento).
A agência europeia constatou que em Portugal, como na Albânia, Bulgária, Chéquia e Sérvia, há menos discriminação de pessoas de etnia cigana em comunidades multiculturais, do que em bairros onde toda ou a maioria da população é cigana.
O relatório sublinha que Portugal é também um dos países com uma taxa de discriminação “notavelmente alta” na procura de emprego (70 por cento).
Portugal é apenas ultrapassado pela Irlanda (84 por cento) e fica à frente de Itália (66 por cento) e Grécia (61 por cento).
A realidade europeia em 2024
A Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) sublinha que em 2024 registou progressos comparando com os resultados dos inquéritos anteriores.
O relatório sublinha que Portugal é também um dos países com uma taxa de discriminação “notavelmente alta” na procura de emprego (70 por cento).
Portugal é apenas ultrapassado pela Irlanda (84 por cento) e fica à frente de Itália (66 por cento) e Grécia (61 por cento).
A realidade europeia em 2024
A Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) sublinha que em 2024 registou progressos comparando com os resultados dos inquéritos anteriores.
No entanto, apesar da melhoria em áreas como o acesso ao emprego, à habitação e à educação, "as disparidades em relação à população em geral permanecem profundas".
O inquérito conclui que as pessoas de etnia cigana são quatro vezes mais afetadas pela pobreza do que a restante população da União Europeia. Ou seja, sete em cada dez vivem na pobreza, sendo as crianças as mais atingidas. As comunidades cigana e nómada também continuam a enfrentar discriminação e segregação.
Na habitação, diminuiu a percentagem de pessoas de etnia cigana a viver em casas sem saneamento, húmidas e sem luz natural– são 47 por cento e em 2016 eram 61 por cento.
Ainda assim, muito acima de média europeia que é de 18 por cento. E mais de 80 por cento da etnia cigana vive em casas sobrelotadas.
Quanto ao trabalho remunerado, a percentagem (54 por cento) aumentou sensivelmente mais 10 por cento em 2024 do que em 2016. Mas está abaixo da média europeia – 75 por cento. Na educação, a segregação escolar permanece elevada. Quase metade (46 por cento) das crianças frequenta escolas onde a maioria dos alunos é da mesma etnia.
Aumentou o número de crianças a frequentar o pré-escolar, ainda assim a percentagem – 53 por cento – permanece longe da médica europeia – 95 por cento.
Apenas 32 por cento concluem o ensino secundário superior, em comparação com 84% da população em geral.
A saúde é outra área crítica: os homens vivem em média menos oito anos e as mulheres menos 7,4 anos do que o resto da população dos países analisados. Para a FRA, os maiores desafios mantêm-se: combater o anticiganismo, a pobreza, a discriminação e a segregação escolar. Ao mesmo tempo criar mais oportunidades justas para mulheres e jovens.
O inquérito, relativo a 2024, envolveu 10 Estados-membros.
Para além de Portugal, encontramos Bulgária, Chéquia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Roménia e Espanha e outros três países em vias de adesão: Albânia, Macedónia do Norte e Sérvia.
c/ Lusa