A Fundação Hind Rajab, com sede em Bruxelas, acusa Dani Adonya Adega de
estar envolvido em graves violações do direito internacional, incluindo
assassinatos seletivos de civis durante um cessar-fogo e a apropriação
de bens civis para uso militar.
Uma da provas usadas para a acusação do
militar israelita foi alegadamente divulgada pelo próprio na sua conta de Instagram durante um cessar-fogo declarado no início de 2025, cuja conta é privada e não foi possível aceder.
Na fotografia partilhada pela organização, Adega aparece no interior de um edifício em Gaza a vangloriar-se da sua atividade como atirador furtivo com a
legenda: "4 tiros, 0 erros 🎯🔥", escreveu.
Esta segunda-feira, a Fundação anunciou que uma queixa formal contra Dani Adonya Adega foi apresentada em Portugal pela advogada portuguesa de Direitos Humanos Carmo Afonso, depois de o militar israelita ter sido localizado e fotografado este mês em Lisboa.
"Adega não está a esconder-se. Ele anda livremente numa capital
europeia depois de se gabar das mortes por atiradores cometidas
durante um cessar-fogo. Portugal tem de agir", observa um porta-voz da Fundação Hind Rajab, em
comunicado, apelando às autoridades portuguesas para que seja detido imediatamente e presente à justiça em conformidade com o direito internacional.
"Isto não é apenas uma questão de justiça para Gaza — é um teste para Portugal", afirma.
Segundo a organização sem lucrativos, Portugal tem a autoridade legal e a obrigação de deter suspeitos de cirmes de guerra encontrados no seu território, ao abrigo do princípio da jurisdição universal.
Em comunicado, a Fundação explica que Dani Adonya Adega é um atirador furtivo afiliado ao 8114.º Batalhão do exército israelita e que serviu em Gaza sob o comando da 252.ª Divisão, condenada por estabelecer o "corredor da morte" de Netzarim, uma passagem mortal no centro de Gaza onde milhares de civis foram alvejados pelo exército israelita, nomeadamente crianças.