Portugal trabalha "em várias frentes" para reforçar apoio a Kiev, diz Rangel

por Andrea Neves

EPA

O ministro dos Negócios Estrangeiros aceita as críticas de lentidão nas decisões europeias relativamente à Ucrânia, mas assinala que a União até está a ser mais célere que os Estados Unidos no apoio a Kiev.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE discutiram hoje os recentes pedidos do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que os aliados reforcem o envio de sistemas antiaéreos para o país se proteger dos ataques russos.

No início da reunião, participaram por videoconferência os ministros ucranianos dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e da Defesa, Rustem Umerov.

Segundo Paulo Rangel, esta intervenção foi “muito centrada na urgência em terem capacidade anti aérea”.

“E, portanto, tem de haver um esforço suplementar dos países da União Europeia para fornecerem esses dispositivos e também depois tudo que são munições e todo outro tipo de material militar”, adiantou o ministro português dos Negócios Estrangeiros, dando ainda conta da intenção da UE em avançar com um 14.º pacote de sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

De acordo com Paulo Rangel, já foi feito “um esforço grande por parte do Estado português”, nomeadamente por, “antes mesmo no final do mandato do Governo anterior e em concertação com os partidos da oposição”, o país ter avançado com 100 milhões de euros para a iniciativa checa de aquisição de munições para Kiev.

“E estamos […] a progredir no acordo bilateral de garantias mútuas ou de compromissos mútuos com a Ucrânia, por exemplo, a negociação direta entre o Estado português e a Ucrânia”, assinalou, esperando que, até julho, esteja finalizado um instrumento de cooperação bilateral e militar.

Questionado sobre uma eventual participação na iniciativa alemã, para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia contra a Rússia, Paulo Rangel disse: “Nós consideraremos isso”.
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