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Portugal vê "situação muito delicada" e quer CPLP a salvaguardar funcionamento regular dos países
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, considerou hoje que a situação na Guiné-Bissau, palco de um golpe de Estado, é "muito delicada" e defendeu que a comunidade lusófona deve salvaguardar o "funcionamento regular" dos seus Estados-membros.
"Temos acompanhado desde o início e a situação é de facto muito delicada", afirmou o chefe do Governo, em resposta ao deputado do Livre Rui Tavares, durante o debate parlamentar de preparação da próxima reunião do Conselho Europeu, nos dias 18 e 19 de dezembro.
Montenegro comentou que estava a decorrer hoje ao início da tarde uma reunião extraordinária da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por iniciativa de Portugal e com a participação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, para analisar a situação neste país africano, onde os militares tomaram o poder após as eleições legislativas.
"Exige-se à CPLP uma tomada de posição para salvaguardar a própria credibilidade da comunidade e para contribuir para a salvaguarda, não havendo ingerência direta, do funcionamento regular dos seus Estados-membros", referiu o primeiro-ministro, recordando que a Guiné-Bissau detém atualmente a presidência da comunidade lusófona.
Montenegro disse esperar que da reunião de hoje saiam quatro conclusões.
"Condenação da interrupção da normalidade constitucional; assunção de que há um impedimento prático na apuramento final e proclamação dos resultados das eleições [realizadas em 23 de novembro]; exigência de libertação imediata de todos os detidos na sequência do golpe e vontade de encontrar uma solução de presidência interina que assegure a continuidade do trabalho da própria CPLP", precisou.