Português pode ser condenado a cinco anos de prisão em Hong Kong

por Lusa
O juiz considerou que Joseph John pode apanhar a pena mínima Jerome Favre - EPA

O juiz responsável pelo caso de Joseph John, que se declarou culpado de incitação à subversão em Hong Kong, disse esta terça-feira que o cidadão português deverá ser condenado a cinco anos de prisão.

O juiz Ernest Lin Kam Hung falava no tribunal do distrito de Wanchai, após analisar a acusação apresentada pelo Ministério Público, no início do julgamento por um crime com uma pena mínima de cinco anos de prisão e uma pena máxima de 10 anos.

De acordo com a acusação lida em tribunal, entre julho de 2020 e novembro de 2022, Joseph John fez 42 publicações nos perfis em redes sociais e na página da Internet do Partido para a Independência de Hong Kong (HKIP, na sigla em inglês), dos quais era administrador.

A organização foi fundada no Reino Unido em 2015, mas a comissão eleitoral britânica revogou o estatuto de partido político em 2018.

Nas publicações, Joseph John lançou "uma campanha de angariação de fundos para despesas militares" e criou "petições com ligações a páginas de governos estrangeiros e a apelar para o apoio de tropas estrangeiras", referiu a acusação.

O arguido pediu a Londres para declarar que a China estaria a "ocupar ilegalmente" Hong Kong, assim como apelou ao Reino Unido e aos Estados Unidos para enviarem tropas para a antiga colónia britânica, cujo controlo passou para Pequim em 1997.

Joseph John defendeu também "uma invasão" da cidade vizinha de Shenzhen, para libertar um grupo de 12 ativistas pró-democracia de Hong Kong, acusados de "travessia ilegal" das águas da China continental.

A lancha onde o grupo seguia com destino a Taiwan foi intercetada pela guarda costeira chinesa em agosto de 2020.

O juiz Ernest Lin marcou a leitura da sentença para 11 de abril.

 

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