Pós-Isabel II. Governo da Nova Zelândia desmente planos de proclamar a República

por RTP
EPA

A primeira-ministra neo-zelandesa, Jacinda Adern, declarou hoje que não tenciona abolir a monarquia. Em termos práticos, a declaração significa que o Governo neo-zelandês reconhecerá o rei Carlos III, mantendo a arquitectura constitucional de país independente mas tendo o monarca inglês como chefe de Estado.

Jacinda Adern precisou que, em sua opinião, a Nova Zelândia acabará por tornar-se uma república, mas que existem hoje questões mais prementes a resolver pelo seu Governo, segundo citação da agência noticiosa Associated Press.: "Tem havido um debate, provavelmente durante vários anos. Trata-se apenas do ritmo e da amplitude com que o debate se tem feito. Eu por várias vezes deixei claro o meu ponto de vista. Acredito que [a república] é para onde a Nova Zelândia se encaminha, com o tempo. E acredito que isso ainda acontecerá na minha vida".

Jacinda Adern, líder do Partido Trabalhista neo-zelandês e primeira-ministra desde 2017, tem actualmente 42 anos.

A chefe do Governo acrescentou ainda: "Nunca senti a urgência [de proclamar a república]. Temos tantos desafios pela frente. Este é um debate amplo e significativo. Não creio que isto vá acontecer em breve".

Tal como estão as coisas, a Nova Zelândia tem o seu próprio Governo, mas reconhece como chefe de Estado a rainha ou o rei que estejam sentados no trono britânico. O chefe de Estado britânico faz-se representar na Nova Zelândia por um governador-geral.

Também na Austrália a arquitectura constitucional é semelhante e existe um debate público sobre a transição para a república. O primeiro-ministro trabalhista Anthony Albanese, ao contrário de Adern, tenciona dar passos no sentido de uma mudança de regime ainda durante o seu mandato governamental iniciado em maio deste ano. Mas, tal como Adern, também ele disse agora que a morte de Isabel II não é o momento de levar a cabo o referendo constitucional que estava prometido, deixando entender que este deveria ficar para um segundo mandato governamental, se na altura própria for eleito.

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