PR guineense pede alargamento e democratização do Conselho de Segurança da ONU

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, defendeu hoje o alargamento e democratização do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com lugar e voz para todos na tomada de decisões.

Lusa /

O chefe de Estado guineense falava na 80.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, onde defendeu que, "para estar à altura dos desafios do século XXI", a organização "deve proceder a reformar urgentes".

Reformas, segundo Sissoco Embaló, "que reflitam as realidades geopolíticas e os equilíbrios mundiais".

"Oitenta anos depois da fundação da ONU, o mundo mudou e hoje somos mais que os 51 signatários da Carta das Nações Unidas, em 1945", vincou, concretizando que atualmente são 193 os Estados-membros.

O Presidente da Guiné-Bissau defendeu "reformas de alargamento e da democratização do Conselho de Segurança (...) que deem lugar e voz e restaurem a confiança no multilateralismo e na cooperação internacional".

Num mundo confrontado com múltiplas crises, desigualdades e incertezas, disse, "a ONU continua a ser relevante", continua a ser "a única mesa onde todas as Nações têm um lugar e uma voz".

Defendeu, contudo que "a legitimidade, a força e o futuro da ONU residem na inclusão plena, participação de todos nas deliberações tomadas e decisões".

O Pesidente guineense pediu mais atenção aos países pobres, onde o custo da dívida soberana aumenta enquanto a ajuda ao desenvolvimento diminuiu.

Embaló saudou a iniciativa da ONU UN80, que tem como propósito tornar a organização mais ágil e eficiente na resposta aos desafios globais, e espera que contribua para o fortalecimento da organização, particularmente em prol da paz, da segurança internacional e para a realização dos objetivos do desenvolvimento sustentável.

O Presidente da Guiné-Bissau referiu-se ainda às eleições internas, presidenciais e legislativas, marcadas para 23 de novembro, garantindo que "estão a ser criadas todas as condições necessárias para a realização na data indicada do pleito eleitoral pacífico, livre, transparente e credível".

Disse ainda que durante os últimos cinco anos do mandato presidencial tem "primado pelo diálogo, a inclusão, a estabilidade política e a consolidação do Estado de Direito e democrático".

"Estou convicto de que as próximas eleições vão confirmar o caráter irreversível da cidadania e dos valores democráticos na Guiné-Bissau", declarou.

Embaló referiu também que a Guiné-Bissau acolheu em julho passado a XV Cimeira da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) e assumiu a presidência da organização para o biénio 2025/2027.

O chefe de Estado guineense vincou que "a CPLP considera importante a sua cooperação com a ONU e as suas agências especializadas" e assegurou a continuidade do trabalho com todos os parceiros e organizações multilaterais para a implementação dos compromissos a nível global.

No discurso na Assembleia Geral da ONU, o Presidente da Guiné-Bissau reiterou ainda "o apelo ao fim do embargo a Cuba e à Venezuela".

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