Os preços, homologados pela primeira vez pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), com base nas propostas das empresas, foram publicados hoje em Diário de República e serão revistos no próximo trimestre de forma a reflectir a variação dos custos de aquisição do gás natural.

A discrepância de preços entre as várias regiões do país deve-se, em muito, aos actuais contratos de concessão, que estão a ser negociados, ao volume de gás consumido e ao factor transporte.

É por isso que na região do Douro os preços são mais elevados, pois existe uma grande distância entre o terminal de abastecimento, em Sines, e a zona de armazenagem, e na região de Setúbal são mais baratos, pois além de terem um custo de transporte menos elevado, é das regiões do país onde existe maior consumo industrial de gás natural.

Os clientes da Lisboagás (região de Lisboa) vão ver os preços aumentar 1,88 por cento e os da Portgás (região do Porto) em 3,36 por cento.

Entre os aumentos mais baixos encontram-se ainda as actualizações de 1,61 por cento da Lusitâniagás (Beira Litoral), de 1,62 por cento da Tagusgás (Ribatejo) e de 1,81 por cento da Beiragás (Beira Interior).

Entre os mais elevados, estão também os aumentos de 3,36 por cento praticados pela Portgás, os 3,18 por cento da Medigás (Algarve), os 2,58 por cento da Dianagás (Alentejo) e os 2,08 por cento da Duriensegás (Vila Real, Bragança e Chaves).

Mesmo com este nível de aumentos, as tarifas fixadas o ano passado pela ERSE para o acesso às infra-estruturas e às redes de alta pressão do gás natural permitiu conter o aumento das tarifas em 0,7 por cento.

A partir de 1 de Julho deste ano, a ERSE passa a fixar as tarifas para o gás natural, à semelhança do que se passa com a electricidade, e promete uma harmonização gradual dos preços entre as várias regiões do país.

O presidente da ERSE, Vitor Santos, prometeu o ano passado baixar as tarifas de gás natural, desde que não se verifiquem grandes aumentos no preço do produto a nível internacional, pelo efeito conjugado entre a descida média de 11 por cento nas tarifas de acesso às infra-estruturas do gás e a redução que se irá verificar no uso da rede de distribuição.

A 15 de Abril deste ano, a ERSE apresenta a sua proposta de tarifas e até 15 de Maio o Conselho Tarifário terá de dar o seu parecer.

Até 15 de Junho, as tarifas para o ano gás 2008-2009 (1 de Julho 2008 e 30 de Junho 2009) terão de ser publicadas para entrarem em vigor.

ACF.