Presidenciais com 12 candidatos e legislativas com 14 nas quartas eleições gerais da Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau realiza no próximo dia 23 as quartas eleições gerais, com 12 candidatos às presidenciais e 14 candidaturas às legislativas, um ato eleitoral que a agência Lusa acompanha à distância depois da expulsão da imprensa portuguesa do país.

Lusa /
RTP

Estas eleições resultam da dissolução do parlamento, em dezembro de 2023, e do fim do mandato do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que para os críticos do regime terminou em fevereiro e para o chefe de Estado, em setembro de 2025.

Sissoco Embaló dissolveu a Assembleia Nacional Popular com base numa alegada tentativa de golpe de Estado e afastou do poder a maioria da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde).

Reclamando poderes constitucionais para dissolver o parlamento meio anos depois das eleições, antes de decorridos 12 meses impostos pela Constituição, o chefe de Estado nomeou um Governo de iniciativa presidencial e convocou eleições legislativas para novembro de 2024, que foram adiadas.

Quase dois anos depois da dissolução do parlamento, a Guiné-Bissau vai a eleições gerais - presidenciais e legislativas -, pela primeira vez sem o histórico PAIGC, que viu a inscrição da candidatura do líder Domingos Simões Pereira e da coligação PAI-Terra Ranka recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

O sorteio realizado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) ditou que no boletim de voto para as eleições presidenciais surge em primeiro lugar José Mário Vaz (Jomav), apoiado pela Convergência para a Liberdade e Desenvolvimento da Guiné-Bissau (COLIDE-GB).

Em segundo lugar surge Mamadu Iaia Djaló, em terceiro Herculano Armando Bequinsa, em quarto lugar Fernando Dias da Costa, em quinto João de Deus Mendes, na sexta posição Honório Augusto Lopes, João Bernardo Vieira em sétimo lugar, Gabriel Fernandes Indi em oitavo, Mario da Silva Júnior em nono.

No décimo lugar surge Baciro Dja, em décimo primeiro Umaro Sissoco Embaló e em décimo segundo Siga Batista.

No boletim de voto para as eleições legislativas, o primeiro lugar é ocupado pelo Partido Unido Social Democrata (PUSD), o segundo pela Frente Patriótica de Salvação Nacional (FREPASNA), em terceiro surge o Movimento de Unidade Nacional para Desenvolvimento da Guiné-Bissau (MUNDO GB).

O Partido para Solução (PS) consta em quarto lugar, seguido do Partido Socialista dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (PSTGB), em quinto, o Partido da Libertação Social (PLS), em sexto, e o Partido Africano Para Liberdade e Desenvolvimento da Guiné (PALDG), em sétimo.

O oitavo lugar no boletim é ocupado pela Frente da Luta pela Independência da Guiné-Bissau (FLING), o nono pela Plataforma Republicana "Nô Kumpu Guiné" (que apoia a recandidatura de Sissoco Embaló às presidenciais), o décimo pelo Partido Lanta Cedo (PLC), e o décimo primeiro pelo Movimento Social Democrático (MSD).

Entre as 14 candidaturas no boletim de voto, surgem nos últimos lugares, o Partido dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (PT), Partido do Povo (PdP) e a Organização Cívica da Democracia-Esperança Renovada (O.C.D-E.R).

Esta será a quarta vez que a Guiné-Bissau vai a eleições gerais, realizando em simultâneo presidenciais e legislativas, tendo as anteriores ocorrido em 1994, 1999 e 2014.

As eleições gerais de 23 de novembro correspondem às oitavas legislativas e presidenciais convocadas na Guiné-Bissau, desde a independência de Portugal, em 1973.

A instabilidade política tem marcado a história do país, que soma quatro golpes de Estado e 17 tentativas de golpe em 11 legislaturas, a última em 2023, e mais de duas dezenas de primeiros-ministros nomeados.

A Guiné-Bissau teve cinco Presidentes da República, nomeadamente, Nino Vieira, Kumba Ialá, Malam Bacai Sanhá, José Mário Vaz e Umaro Sissoco Embaló e apenas os dois últimos conseguiram concluir o mandato.

 

 

Tópicos
PUB