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Presidente chinês anuncia mecanismos para cumprir acordos internacionais

por Lusa
How Hwee Young - EPA

O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou hoje o estabelecimento de "mecanismos regulatórios" para acordos internacionais, e prometeu que a China "reforçará a execução da lei" e os "direitos dos detentores estrangeiros" de propriedade intelectual.

"Os chineses cumprem sempre com o prometido", garantiu Xi, acrescentando que uma China "mais aberta interagirá melhor com o resto do mundo", trazendo "mais progresso e prosperidade para si e para todos".

Xi falava no discurso inaugural do Segundo Fórum "Uma Faixa, Uma Rota", que decorre em Pequim, e que conta com a participação do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

O líder chinês destacou a necessidade de reforçar a "transparência" e o "aspeto verde" daquele gigantesco projeto internacional de infraestruturas, prometendo a criação de "mecanismos de monitorização".

"Devemos insistir nos conceitos de abertura, desenvolvimento verde e integridade moral" da iniciativa, disse Xi, que garantiu "transparência", "combate à corrupção com tolerância zero" e "instou todas as empresas participantes a cumprirem com os padrões internacionais".

Críticos têm alertado que os planos chineses subverterão a atual ordem internacional e alargarão a esfera de influência de Pequim - os países aderentes ficarão encurralados pelo investimento chinês, tornando-se Estados vassalos, permitindo à China exportar o seu excesso de capacidade industrial ou poluição.

A grande visão geoeconómica da China inclui uma malha ferroviária e autoestradas a ligar a região oeste do país à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas das prósperas cidades do litoral chinês.

Pelo caminho, estão a ser erguidos aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando dinamizar o comércio e indústria em regiões pouco integradas na economia global.

"Nós lançamos a Iniciativa de Pequim para uma Rota da Seda Limpa e uma Rota da Honestidade", afirmou Xi.

"Com o verde como a cor de fundo", prevalecerão "critérios ecológicos na construção das infraestruturas, do investimento e financiamento", disse.

Os Estados Unidos apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países aderentes numa situação financeira insustentável, permitindo a Pequim avançar com os seus interesses geopolíticos.

No Sri Lanka, um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa, numa localização estratégica no Índico, acabou por se revelar um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos.

"Temos de garantir que a cooperação é de alta qualidade e sustentabilidade e que beneficia as pessoas. Precisamos de introduzir regras e regulamentos universalmente reconhecidos, cumprir com as leis e os sistemas legais, e que as empresas adotem padrões comuns", afirmou Xi.

"Da Eurásia a África, da América à Oceânia, as Novas Rotas da Seda oferecerão novos espaços e plataformas para o crescimento económico, o comércio e o investimento no âmbito internacional, trazendo novas experiências e contribuições em favor da governação económica global e do bem-estar das populações", disse.

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