O presidente argentino está a ser acusado de fraude e enfrenta a ameaça de pedidos de "impeachment" após ter promovido uma criptomoeda que depois colapsou, provocando uma queda dos mercados argentinos. Javier Milei nega ter promovido a criptomoeda e diz ter agido "de boa-fé".
Milei está a ser acusado de fraude depois de, na sexta-feira, ter publicado uma mensagem na rede social X a promover a $LIBRA, uma moeda que, segundo ele, visava "incentivar o crescimento económico financiando pequenas empresas e empresas em desenvolvimento".
A mensagem foi apagada pelo próprio algumas horas depois e o valor da moeda entrou em colapso, causando milhões de dólares em perdas aos seus breves investidores.Vários advogados apresentaram queixas-crime de fraude no tribunal criminal da Argentina no domingo, acusando Milei de "associação criminosa", "burlas" e "violação dos deveres de um funcionário público".
Um juiz argentino foi destacado na segunda-feira para investigar o papel de Javier Milei na promoção da criptomoeda em causa. Segundo os media, foram apresentadas mais de uma centena de queixas.
Enquanto isso, alguns membros da oposição do Congresso já anunciaram que planeiam iniciar procedimentos para um impeachment de Milei.
A ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, que agora está na oposição, teceu duras críticas a Milei, apelidando-o de "golpista de criptomoedas".
O principal partido de oposição do país anunciou que entraria com um pedido de impeachment do presidente, criticando o que apelidou de “escândalo sem precedentes".
Esteban Paulón, membro do Partido Socialista da oposição, disse numa publicação na rede social X que também iria avançar com o processo de impeachment.
Analistas consideram, porém, improvável que a oposição consiga votos suficientes para avançar com o processo de destituição.
“Não recomendei nem promovi”
Milei está a ser acusado de participar num esquema conhecido por rug pull, um golpe em que os promotores de uma criptomoeda atraem compradores, apenas para interromper a atividade de negociação e fugir com o dinheiro arrecadado com as vendas.
A $LIBRA foi alvo de dezenas de milhares de transações antes de entrar em colapso, gerando lucros de cerca de 100 milhões de dólares, de acordo com os especialistas. Estima-se que mais de 40 mil pessoas tenham sido afetadas, com prejuízos superiores a 4.000 milhões de dólares.
O presidente argentino já reagiu à polémica, rejeitando ter promovido a criptomoeda e garantindo que agiu “de boa-fé”.
"Não recomendei, não promovi, apenas difundi" uma mensagem sobre uma moeda digital, disse o presidente argentino ao canal TN.
As transações e o colapso da criptomoeda na sexta-feira à noite "são um problema entre particulares", disse o chefe de Estado, afirmando que "não tem nada a esconder" e não teme uma investigação.
Milei diz que os operadores que realizaram transações na criptomoeda $LIBRA nessa noite eram "traders" a apostar em produtos especulativos, que "sabiam muito bem qual era o risco".
A presidência argentina anunciou no sábado que ia a remeter o assunto para o Gabinete Anticorrupção para identificar uma possível "conduta inapropriada de um membro do governo, incluindo o presidente".
Ao mesmo tempo que garantiu que Milei "não participou de forma alguma no desenvolvimento" da $LIBRA, a presidência anunciou também uma investigação separada sobre o lançamento desta criptomoeda "e todas as empresas ou indivíduos envolvidos".
c/ agências
A mensagem foi apagada pelo próprio algumas horas depois e o valor da moeda entrou em colapso, causando milhões de dólares em perdas aos seus breves investidores.Vários advogados apresentaram queixas-crime de fraude no tribunal criminal da Argentina no domingo, acusando Milei de "associação criminosa", "burlas" e "violação dos deveres de um funcionário público".
Um juiz argentino foi destacado na segunda-feira para investigar o papel de Javier Milei na promoção da criptomoeda em causa. Segundo os media, foram apresentadas mais de uma centena de queixas.
Enquanto isso, alguns membros da oposição do Congresso já anunciaram que planeiam iniciar procedimentos para um impeachment de Milei.
A ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, que agora está na oposição, teceu duras críticas a Milei, apelidando-o de "golpista de criptomoedas".
O principal partido de oposição do país anunciou que entraria com um pedido de impeachment do presidente, criticando o que apelidou de “escândalo sem precedentes".
Esteban Paulón, membro do Partido Socialista da oposição, disse numa publicação na rede social X que também iria avançar com o processo de impeachment.
Analistas consideram, porém, improvável que a oposição consiga votos suficientes para avançar com o processo de destituição.
“Não recomendei nem promovi”
Milei está a ser acusado de participar num esquema conhecido por rug pull, um golpe em que os promotores de uma criptomoeda atraem compradores, apenas para interromper a atividade de negociação e fugir com o dinheiro arrecadado com as vendas.
A $LIBRA foi alvo de dezenas de milhares de transações antes de entrar em colapso, gerando lucros de cerca de 100 milhões de dólares, de acordo com os especialistas. Estima-se que mais de 40 mil pessoas tenham sido afetadas, com prejuízos superiores a 4.000 milhões de dólares.
O presidente argentino já reagiu à polémica, rejeitando ter promovido a criptomoeda e garantindo que agiu “de boa-fé”.
"Não recomendei, não promovi, apenas difundi" uma mensagem sobre uma moeda digital, disse o presidente argentino ao canal TN.
As transações e o colapso da criptomoeda na sexta-feira à noite "são um problema entre particulares", disse o chefe de Estado, afirmando que "não tem nada a esconder" e não teme uma investigação.
Milei diz que os operadores que realizaram transações na criptomoeda $LIBRA nessa noite eram "traders" a apostar em produtos especulativos, que "sabiam muito bem qual era o risco".
A presidência argentina anunciou no sábado que ia a remeter o assunto para o Gabinete Anticorrupção para identificar uma possível "conduta inapropriada de um membro do governo, incluindo o presidente".
Ao mesmo tempo que garantiu que Milei "não participou de forma alguma no desenvolvimento" da $LIBRA, a presidência anunciou também uma investigação separada sobre o lançamento desta criptomoeda "e todas as empresas ou indivíduos envolvidos".
c/ agências