Presidente de Moçambique nas exéquias de João Paulo II
O presidente de Moçambique, Armando Guebuza, vai participar nas exéquias do Papa João Paulo II na sexta- feira, na sua primeira saída ao estrangeiro desde que tomou posse em Fevereiro, foi hoje anunciado em Maputo.
Na segunda-feira, o governo moçambicano tinha anunciado que a delegação de Moçambique aos funerais do Papa seria encabeçada pelo presidente do parlamento, Eduardo Mulembwé.
No entanto, o Conselho de Ministros moçambicano considerou hoje "pertinente" a ida Armando Guebuza a Roma devido ao contributo do Vaticano na pacificação de Moçambique, após a guerra civil de 16 anos que opôs as forças governamentais da FRELIMO à RENAMO.
O Governo moçambicano decidiu ainda conceder tolerância de ponto na sexta-feira, em Maputo, para permitir a participação da população nos diferentes actos que decorrem na capital moçambicana ligados à morte do Papa, nomeadamente uma missa na catedral de Maputo.
Na segunda-feira, Guebuza destacou o papel "prepoderante" de João Paulo II, "um grande amigo dos moçambicanos", no processo de pacificação de Moçambique e que culminou com a assinatura da paz em Roma, a 04 de Outubro de 1992.
Armando Guebuza foi, entre 1990 e 1992, o chefe da delegação da FRELIMO nas negociações de paz com a RENAMO, mediadas pela a Igreja Católica moçambicana e a Comunidade Santo Egídio.
Também a RENAMO reconheceu segunda-feira em Maputo "o papel decisivo e histórico" do Papa João Paulo II na obtenção da paz em Moçambique, manifestando "profunda dor" face à sua morte.