Presidente de Moçambique pede que jovens rejeitem "evangelho do ódio"

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, pediu hoje aos jovens do país para rejeitarem o "evangelho do ódio" e a lutarem pelas oportunidades, avisando que lamentar e desistir "não é solução" para os atuais desafios da juventude.

Lusa /

"Urge a participação desta franja no diálogo nacional inclusivo que estamos a levar a cabo e que vamos fazer lançamento brevemente. Com o seu entusiasmo, o jovem deve rejeitar e condenar o evangelho do ódio, substitui-lo com um discurso de paz, reconciliação e harmonia social", disse o chefe de Estado moçambicano.

O Presidente moçambicano falava hoje, em Maputo, na abertura da 8.ª Conferência Nacional da Juventude, que decorre no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano no quadro das celebrações dos 50 anos da independência e a antecipar o Dia Internacional da Juventude, a assinalar-se em 12 de agosto.

Chapo pediu aos jovens para que atuem como pontes de diálogo entre diferentes grupos de interesse, cujo objetivo é assegurar o desenvolvimento do país e lembrou que a juventude é a força motriz do desenvolvimento nacional, pedindo que cada um "faça a sua parte".

 "Lamentar não é a solução, desistir também não é solução. É preciso ir atrás de oportunidades, atrás dos nossos sonhos, sonhar alto, apesar dos desafios, porque os grandes vencedores neste mundo, as grandes vitórias dos grandes líderes são conquistadas depois de grandes batalhas", avisou.

Nas mesmas declarações, Chapo insistiu na defesa da paz, referindo que é crucial para a unidade nacional, pedindo, por isso, esforços dos jovens para promover estes valores incluindo a solidariedade que oferece esperança aos moçambicanos.

"É necessário cultivar o patriotismo, cientes de que não é um slogan vazio. O patriotismo é servir a pátria com dignidade, com respeito, com responsabilidade, com honestidade e trabalho, sem esperar recompensa. É recusar a corrupção, combater a desinformação", disse o chefe de Estado, exigindo dos jovens que protejam os recursos do país e a sua boa imagem dentro e no exterior.

"É fundamental promover a paz e reconciliação porque Moçambique precisa delas para se desenvolver. Paz não é apenas ausência de guerra, é convivência harmoniosa e diálogo permanente entre nós irmãos", vincou.

Em 24 de fevereiro, o Presidente moçambicano já tinha prometido colocar fim às manifestações pós-eleitorais que pregam "evangelho do ódio", e a avançar com ações para travar a criminalidade e a corrupção, males que minam o desenvolvimento do país.

Moçambique viveu desde as eleições um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

A pior crise pós-eleitoral foi marcada também por confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, além de vandalizações e saques.

Segundo organizações não-governamentais que acompanham o processo eleitoral, morreram cerca de 400 pessoas em confrontos com a polícia, conflitos que cessaram após dois encontros entre Mondlane e Chapo, com vista à pacificação do país.

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