O presidente do governo do Curdistão iraquiano, Masoud Barzani, dissolveu hoje os seus poderes como Presidente, distribuindo-os entre o primeiro-ministro, o parlamento e o judiciário, informou uma fonte oficial curda à agência de notícias Associated Press.
Esta decisão ocorre cerca de um mês depois de um polémico referendo sobre o apoio à independência do Curdistão iraquiano, liderada por Barzani.
Hemin Hawrami disse que Barzani poderá permanecer no posto, se for necessário, até às próximas eleições presidenciais curdas.
As eleições presidenciais curdas previstas para novembro foram adiadas e não há ainda uma data definida. Hawrami acrescentou que nenhum partido político apresentou candidatos para concorrer contra Barzani.
Segundo o assessor, Barzani não "desistiu" e "permanecerá na política curda e liderará o alto conselho político".
O referendo sobre o apoio à independência, realizado em setembro, está a deixar a região curda cada vez mais isolada e a aumentar os conflitos com as autoridades iraquianas, assim como confrontos armados.
Os desentendimentos surgiram entre as forças lideradas por Bagdad e as forças curdas, conhecidas como peshmerga, no início deste mês, quando os militares do Iraque retomaram Kirkuk.
Rica em petróleo, a cidade de Kirkuk é um dos principais focos de discórdia entre Erbil (capital do Curdistão iraquiano) e o Governo de Bagdad.
Hoje, o Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, que evite os combates com os curdos e promova um diálogo com as autoridades de Erbil.