O presidente do Equador, Guillermo Lasso, aceitou a derrota num referendo realizado no domingo e apelou à classe política para construir um projeto comum para resolver os problemas do país.
Presidente do Equador aceita derrota em referendo
Numa mensagem transmitida através da rádio e da televisão, o conservador insistiu que o referendo, que pretendia alterar a Constituição em matéria de segurança, democracia, instituições, movimentos políticos e ambiente, visava apenas ouvir a população.
Após um dia de silêncio sobre os resultados, Lasso disse entender a voz do povo no referendo, realizado em paralelo com as eleições locais, nas quais a oposição de esquerda conquistou terrenos nas autoridades municipais, regionais e provinciais.
"Quando o povo fala, é dever dos governantes analisar, entender e aceitar", disse o chefe de Estado, acrescentando que no resultado da votação "se encontram as respostas e soluções" para os principais problemas do país.
Lasso sublinhou que a população busca maior segurança, melhor educação, melhor saúde, mais trabalho, melhores empregos e salários, já que a maioria não poderia ter outro desejo senão "mudar o Equador para melhor".
O presidente equatoriano defendeu que os eleitores pediram a todos os grupos políticos, vencedores ou vencidos, "para parar de resolver brigas internas" e para "resolver de uma vez por todas" os problemas do país.
Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador passou de um país de trânsito de drogas a um grande centro de distribuição para a Europa e os Estados Unidos.
Em julho, o governo e líderes dos protestos indígenas no Equador chegaram a um acordo para pôr fim às manifestações que paralisaram o país durante mais de duas semanas e que causaram seis mortos.
O acordo prevê uma redução total de 15 centavos (do dólar) no preço do combustível, uma das principais exigências dos manifestantes, que são principalmente agricultores das montanhas andinas e da região amazónica do país.
O acordo, mediado pela Igreja Católica, prevê ainda a revogação e revisão de dois decretos, o primeiro sobre a extensão da exploração petrolífera na Amazónia, o segundo sobre a exploração mineira.