Presidente do Mali pediu ajuda à ONU e a França para combater ofensiva de grupos armados

Nova Iorque, 11 jan (Lusa) - O Presidente do Mali pediu às Nações Unidas (ONU) e a França para ajudarem a combater uma ofensiva de grupos armados islamitas ligados à Al-Qaida, indicaram fontes diplomáticas, citadas pela agência francesa AFP.

Lusa /

O embaixador francês acreditado junto da ONU, Gérard Araud, disse que Paris pretende anunciar hoje as medidas que vai tomar.

O pedido de ajuda do Presidente interino, Dioncounda Traoré, foi transmitido em duas missivas enviadas para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e para o Presidente francês, François Hollande.

Segundo os diplomatas do Conselho de Segurança, a carta endereçada às autoridades francesas é "um pedido de ajuda militar".

"A França é amiga do Mali e está com o seu povo e as suas autoridades, em particular nas circunstâncias atuais", sublinhou Gérard Araud.

Os pedidos de ajuda foram noticiados depois da realização de uma reunião do Conselho de Segurança na quinta-feira.

Numa declaração adotada pelos 15 estados-membros, o Conselho de Segurança pediu o "envio rápido" de uma força internacional para o Mali perante a "grave deterioração" no terreno.

O organismo apelou aos estados membros a "ajudarem as forças de defesa e de segurança do Mali a reduzirem a ameaça representada pelas organizações terroristas e grupos afiliados" que controlam o norte do país.

"O Conselho enviou uma mensagem para dissuadir os terroristas de avançarem para o sul" do Mali, em direção da capital Bamako, declarou Araud, que qualificou esta ofensiva dos grupos islâmicas de "ataque terrorista".

Se esta mensagem não for entendida, acrescentou, o Conselho "poderá reunir novamente durante o fim-de-semana para reagir de forma mais forte".

"A sobrevivência do governo do Mali e a proteção de civis já estão em jogo, é urgente agir contra esta ameaça", disse.

Para o embaixador francês, o avanço no terreno dos islamitas que, na quinta-feira, tomaram o controlo da localidade de Konna, no centro do país, pode ser interpretado como "uma demonstração de força no contexto das negociações políticas, seja uma decisão de avançar em direção ao sul antes da chegada da força africana".

O envio desta força de cerca de 3.000 homens foi autorizada pelo Conselho de Segurança a 20 de dezembro, mas pode levar várias semanas ou mesmo meses.

A embaixadora norte-americana Susan Rice indicou que Bamako tinha "pedido um apoio exterior, em particular da parte da França".

Susan Rice referiu-se ao conteúdo da carta do Presidente Traoré a François Hollande como um "pedido de socorro à França".

Há no seio do Conselho de Segurança um "consenso claro sobre a gravidade da situação e o direito das autoridades do Mali de procurarem toda a ajuda possível", acrescentou.

Para Gérard Araud, "o que se passa em Konna mostra que é mais do que nunca necessário reconstruir, reconstituir um exército do Mali".

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