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Presidente do Tribunal Superior Eleitoral alerta para o risco de um "assalto ao Capitólio" no Brasil
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil alertou para o risco de o país enfrentar um incidente “ainda mais grave” que a invasão ao Capitólio dos EUA nas eleições presidenciais que decorrem em outubro. O ministro brasileiro da Defesa já veio desvalorizar.
O Brasil, que tem eleições presidenciais agendadas para 2 de outubro, corre o risco de enfrentar um incidente “ainda mais grave” do que aquele que decorreu a 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos, alertou esta quarta-feira Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil.
“Podemos vivenciar um episódio ainda mais grave do que o [ataque] de 6 de janeiro no Capitólio”, disse Fachin durante um evento realizado no Wilson Center, em Washington, onde falou sobre o processo eleitoral no Brasil.
Fachin pediu ao povo brasileiro que no dia 2 de outubro se arme “unicamente com o seu voto” e defendeu que, independentemente do resultado eleitoral, a população deve impor-se pela democracia e não por atos de rebelião.
Fachin também afirmou que não irá permitir qualquer interferência no processo eleitoral e avisou que o envolvimento das Forças Armadas nas eleições deve ser unicamente cooperativo. No início do ano, a Justiça Eleitoral criou uma comissão com representantes de diversas instituições públicas, nomeadamente militares, para garantir maior segurança no processo de votação.
“Evidentemente, não vamos aceitar esse tipo de circunstância. Colaboração sim, intervenção nunca”, disse Fachin.
Ministro da Defesa rejeita preocupações
O ministro da Defesa do Brasil, Paulo Sérgio Nogueira, rejeitou quaisquer preocupações relacionadas com uma eventual intervenção das Forças Armadas ou de extremistas durante as eleições.
Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, uma deputada questionou Sérgio Nogueira sobre as medidas que estão a ser tomadas para garantir a segurança durante as eleições e lembrou o episódio da invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, durante a validação da vitória eleitoral do presidente Joe Biden.
“A preocupação que a senhora deputada expôs, no que diz respeito ao processo eleitoral, eu nego e digo que não existe esse tipo de preocupação”, respondeu o ministro da Defesa.
Os alertas do presidente do TSE surgem depois de Jair Bolsonaro ter começado a questionar a fiabilidade das urnas eletrónicas, chegando mesmo a ameaçar rejeitar um resultado desfavorável nas eleições. As últimas sondagens mostram o presidente de extrema-direita atrás do antigo líder Lula da Silva.
Bolsonaro parece estar, assim, a seguir a mesma retórica que o seu antigo homólogo norte-americano, Donald Trump, que questionou a fiabilidade do voto por correspondência e usou este argumento para disseminar a falsa tese de fraude eleitoral, acabando assim por incitar os seus apoiantes a invadirem o Capitólio na altura em que o Congresso ratificava a vitória do então eleito presidente Joe Biden.
Apesar das críticas constantes ao sistema eleitoral, o presidente brasileiro tem reiterado que as eleições “serão limpas” e assegurou a Joe Biden, durante um encontro que decorreu no mês passado, que deixará a presidência “de forma democrática”.
"Este ano temos eleições no Brasil e queremos eleições limpas, fiáveis e auditáveis para que não haja dúvidas (...) Fui eleito pela democracia e estou certo de que, quando deixar o Governo, será também de uma forma democrática", disse o chefe de Estado brasileiro a Joe Biden após uma reunião bilateral entre os dois governantes.
“Podemos vivenciar um episódio ainda mais grave do que o [ataque] de 6 de janeiro no Capitólio”, disse Fachin durante um evento realizado no Wilson Center, em Washington, onde falou sobre o processo eleitoral no Brasil.
Fachin pediu ao povo brasileiro que no dia 2 de outubro se arme “unicamente com o seu voto” e defendeu que, independentemente do resultado eleitoral, a população deve impor-se pela democracia e não por atos de rebelião.
Fachin também afirmou que não irá permitir qualquer interferência no processo eleitoral e avisou que o envolvimento das Forças Armadas nas eleições deve ser unicamente cooperativo. No início do ano, a Justiça Eleitoral criou uma comissão com representantes de diversas instituições públicas, nomeadamente militares, para garantir maior segurança no processo de votação.
“Evidentemente, não vamos aceitar esse tipo de circunstância. Colaboração sim, intervenção nunca”, disse Fachin.
Ministro da Defesa rejeita preocupações
O ministro da Defesa do Brasil, Paulo Sérgio Nogueira, rejeitou quaisquer preocupações relacionadas com uma eventual intervenção das Forças Armadas ou de extremistas durante as eleições.
Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, uma deputada questionou Sérgio Nogueira sobre as medidas que estão a ser tomadas para garantir a segurança durante as eleições e lembrou o episódio da invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, durante a validação da vitória eleitoral do presidente Joe Biden.
“A preocupação que a senhora deputada expôs, no que diz respeito ao processo eleitoral, eu nego e digo que não existe esse tipo de preocupação”, respondeu o ministro da Defesa.
Os alertas do presidente do TSE surgem depois de Jair Bolsonaro ter começado a questionar a fiabilidade das urnas eletrónicas, chegando mesmo a ameaçar rejeitar um resultado desfavorável nas eleições. As últimas sondagens mostram o presidente de extrema-direita atrás do antigo líder Lula da Silva.
Bolsonaro parece estar, assim, a seguir a mesma retórica que o seu antigo homólogo norte-americano, Donald Trump, que questionou a fiabilidade do voto por correspondência e usou este argumento para disseminar a falsa tese de fraude eleitoral, acabando assim por incitar os seus apoiantes a invadirem o Capitólio na altura em que o Congresso ratificava a vitória do então eleito presidente Joe Biden.
Apesar das críticas constantes ao sistema eleitoral, o presidente brasileiro tem reiterado que as eleições “serão limpas” e assegurou a Joe Biden, durante um encontro que decorreu no mês passado, que deixará a presidência “de forma democrática”.
"Este ano temos eleições no Brasil e queremos eleições limpas, fiáveis e auditáveis para que não haja dúvidas (...) Fui eleito pela democracia e estou certo de que, quando deixar o Governo, será também de uma forma democrática", disse o chefe de Estado brasileiro a Joe Biden após uma reunião bilateral entre os dois governantes.