O chefe da diplomacia britânica reagia às declarações do seu homólogo argentino, Héctor Timerman, que, numa entrevista conjunta aos jornais britânicos The Guardian e The Independent, indicou que a Argentina poderá tomar o controlo do arquipélago, cuja soberania reclama desde 1833, "num prazo de 20 anos".

"Não creio que passem 20 anos (para que a Argentina controle as Malvinas, designadas pelos britânicos como Falklands). Creio que o mundo percebe cada vez mais que se trata de um assunto de colonialismo, que os que vivem nas ilhas foram levados para lá", afirmou então Héctor Timerman.

Na entrevista hoje publicada pelo jornal The Sun, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico advertiu as autoridades argentinas de que a sua política "de assédio" será contraproducente e só irá aumentar a ligação da população das ilhas à soberania britânica.

Esta troca de argumentos entre Londres e Buenos Aires ocorre poucas semanas antes de um referendo nas Malvinas sobre a continuação da soberania britânica, a 10 e 11 de março.

William Hague reiterou, na mesma entrevista, que os 2.800 habitantes das Malvinas "têm direito a decidir o seu futuro" e recorda que o arquipélago está sob soberania britânica há mais de 200 anos.

O ministro britânico acusou ainda o Governo argentino de manter uma postura "intimidatória", reiterando que o Reino Unido não irá negociar a soberania das Malvinas sem o consentimento dos habitantes do arquipélago.

As relações entre a Argentina e o Reino Unido tornaram-se mais tensas por ocasião dos 30 anos da guerra das Malvinas.

O conflito começou a 02 de abril de 1982, quando militares argentinos ocuparam o território pela força, e acabou com a rendição argentina a 14 de junho do mesmo ano.