Pretória vai deixar de ser nome da capital da África do Sul
A capital sul-africana deverá deixar de chamar-se Pretória, na sequência de um parecer unânime hoje aprovado pelo Conselho Sul-Africano dos Nomes Geográficos, na cidade de Bloemfontein.
Tshwane deverá passar a ser o nome oficial da capital, apesar de protestos de associações cívicas e grupos de pressão, na sua maioria oriundos da comunidade branca afrikaner, que se têm oposto em várias manifestacões públicas, abaixo-assinados e petições às pretensões das autoridades municipais.
Estas já implementaram a mudança de nome, apesar de terem mantido o centro da cidade (num perímetro pouco definido, mas que engloba apenas alguns quarteirões) com o nome original, ao que tudo indica para apaziguar os grupos de pressão.
"Discutimos o nome Tshwane durante quatro horas e felizmente nem tivemos que ir a votos porque a decisão de o adoptar (como nome da capital) foi unânime", disse no final da reunião do conselho o seu presidente, Thomas Ntsewa.
O Conselho Metropolitano de Pretoria, controlado pelo Congresso Nacional Africano, iniciou em Março último o processo de alteração do nome da capital, onde vivem mais de dois milhões de sul- africanos e que foi baptizada em 1855 com o nome do herói afrikaner Andries Pretorius, que combateu zulus e britânicos na guerra pela soberania do território.
O nome foi oficializado em 1860.
O presidente da Câmara, Smangaliso Mkhashwa, tem defendido que o nome da capital teria que ser mudado, de forma a reflectir a nova realidade política e social do país, que se libertou das amarras do "apartheid" em 1994.
Tshwane, que alguns dizem ter sido um rei tribal venda (este, segundo alguns dos actuais chefes, nunca teria existido) e que significa "nós somos iguais", foi a escolha das novas autoridades autárquicas, tendo sido alvo de protestos desde que passou a constar de documentos oficiais e mesmo de reportagens na televisão oficial para designar a capital.
Com este parecer do Conselho para os Nomes Geográficos, que terá ainda que ser aprovado pelo governo, Pretória poderá passar apenas a ser uma referência na História sul-africana, independentemente das manifestações contra e a favor que se venham a realizar.