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Primeiro aniversário do referendo catalão assinalado com protestos
Centenas de militantes de grupos defensores da independência da Catalunha bloquearam uma linha de comboio de alta velocidade e o trânsito nas principais vias de Barcelona. Foi uma ação de protesto para assinalar o primeiro aniversário do referendo para a independência da Catalunha. A bandeira espanhola foi ainda retirada da representação do Governo de Girona. Estão marcados mais protestos para exigir a independência da região.
A mobilização ao protesto foi feita através das redes sociais, este domingo, sob o mote “Nem esquecimento nem perdão”.
De cara tapada, centenas de membros dos autodesignados Comités de Defesa da República (CDR) cortaram o tráfego e queimaram pneus nas autoestradas AP7, que liga Barcelona a Valença, e AP2, com destino a Madrid. A estrada de Lleida, a 165 quilómetros da capital catalã também foi cortada.
Protestos pedem libertação de presos políticos
Nas várias concentrações previstas para esta segunda-feira exige-se também a libertação dos políticos presos. Para o meio-dia está marcada uma concentração de estudantes em Barcelona, Tarragona, Lleida e Girona.
O Governo espanhol sublinha que não vai interferir com a justiça, mas os independentistas acreditam que podem ser libertados através de indulto.
No passado sábado militantes independentistas radicais entraram em confronto com a polícia regional. Cerca de três dezenas de pessoas ficaram feridas.
O partido separatista de extrema-esquerda, Candidatura de União Popular (CUP), pedia posteriormente a demissão do responsável do Ministério do Interior no Governo regional, Miguel Buch.
Estas ações tornam mais evidentes as divisões entre os separatistas. Os mais radicais exigem a independência de imediato e criticam o governo regional presidido por Quim Torra por não desafiar a autoridade de Madrid.
Puigdemont arrependido
Refugiado em Bruxelas, Carles Puigdemont admitiu estar arrependido de ter hesitado quando, a 10 de outubro, se dirigiu ao parlamento catalão.
”Devia ter declarado a independência imediatamente após o referendo, a 10 de outubro”, declarou ao jornal flamengo De Morgen em entrevista publicada há cinco dias.
Esta segunda-feira, reiterou as afirmações à rádio catalã RAC1: “Foi um erro. Hoje não faria da mesma maneira”.
— CDR Catalunya (@CDRCatOficial) 30 de setembro de 2018
De cara tapada, centenas de membros dos autodesignados Comités de Defesa da República (CDR) cortaram o tráfego e queimaram pneus nas autoestradas AP7, que liga Barcelona a Valença, e AP2, com destino a Madrid. A estrada de Lleida, a 165 quilómetros da capital catalã também foi cortada.
No centro da cidade bloquearam a Praça da Catalunha, a Ronda de Sant Pere, a Gran Via, a Avenida Diagonal, a rua Aragó e a Via Laietana. O acesso a Barcelona ficou mais difícil ainda após o corte da linha do comboio de alta velocidade, em Girona, a 100 quilómetros de Barcelona. A circulação foi entretanto restabelecida.
A meio da manhã a correspondente da RTP em Espanha, Daniela Santiago, dava conta de uma situação calma no centro de Barcelona.
Nas várias concentrações previstas para esta segunda-feira exige-se também a libertação dos políticos presos. Para o meio-dia está marcada uma concentração de estudantes em Barcelona, Tarragona, Lleida e Girona.
O Governo espanhol sublinha que não vai interferir com a justiça, mas os independentistas acreditam que podem ser libertados através de indulto.
Há um ano, o Governo regional catalão organizou um referendo considerado ilegal e proibido pelo Governo de Madrid. A polícia espanhola tentou impedir a realização de um referendo, que foi marcado pela violência. Foi a primeira tentativa de travar um processo, que culminou, dia 27, com a proclamação de independência da Catalunha no parlamento regional, por deputados separatistas.
O Governo espanhol, na altura liderado por Mariano Rajoy, dissolveu o Parlamento catalão, destituiu o Governo regional, pôs a região sob tutela e convocou novas eleições. O então presidente do Governo catalão, Charles Puigdemont, fugiu para a Bélgica.
Treze dirigentes separatistas foram acusados de rebelião e incorrem numa pena de 25 anos de prisão. Seis destes líderes políticos estão exilados. O processo deverá conhecer desfecho em janeiro.
De acordo com os organizadores do referendo, votaram 2,3 milhões de eleitores de um total de 5,5 milhões. Noventa por cento dos participantes disseram "sim" a uma república catalã independente.
Divisões entre separatistasNo passado sábado militantes independentistas radicais entraram em confronto com a polícia regional. Cerca de três dezenas de pessoas ficaram feridas.
O partido separatista de extrema-esquerda, Candidatura de União Popular (CUP), pedia posteriormente a demissão do responsável do Ministério do Interior no Governo regional, Miguel Buch.
Estas ações tornam mais evidentes as divisões entre os separatistas. Os mais radicais exigem a independência de imediato e criticam o governo regional presidido por Quim Torra por não desafiar a autoridade de Madrid.
No entanto, esta manhã, na pequena localidade de San Julià de Ramis, Girona, o presidente da Generalitat endureceu o discurso e pediu aos grupos de separatistas para continuarem a pressionar.
Quim Torra, que antecipou a reunião semanal do Executivo para a localidade em que o antecessor Carles Puidgemont iria votar, apelou à libertação dos presos políticos. A mulher do antigo presidente do Governo regional Carles Puigdemont estava presente.
Na sua declaração, Quim Torra afirma que este será sempre “o dia do povo, em que o povo da Catalunha mostrou o seu compromisso incorruptível com a democracia e os direitos políticos” e reiterou “o compromisso com o mandato democrático” de 1 de outubro passado.
Em Madrid, a porta-voz do Governo volta a classificar o referendo do ano passado de “ilegal” e “sem consequência jurídica”. “O 1.º de outubro é um dia de triste memória, não há nada a celebrar”, declarou Isabel Celaa, que pede a Quim Torra para “cessar a retórica”.Quim Torra, que antecipou a reunião semanal do Executivo para a localidade em que o antecessor Carles Puidgemont iria votar, apelou à libertação dos presos políticos. A mulher do antigo presidente do Governo regional Carles Puigdemont estava presente.
Na sua declaração, Quim Torra afirma que este será sempre “o dia do povo, em que o povo da Catalunha mostrou o seu compromisso incorruptível com a democracia e os direitos políticos” e reiterou “o compromisso com o mandato democrático” de 1 de outubro passado.
Puigdemont arrependido
Refugiado em Bruxelas, Carles Puigdemont admitiu estar arrependido de ter hesitado quando, a 10 de outubro, se dirigiu ao parlamento catalão.
”Devia ter declarado a independência imediatamente após o referendo, a 10 de outubro”, declarou ao jornal flamengo De Morgen em entrevista publicada há cinco dias.
Esta segunda-feira, reiterou as afirmações à rádio catalã RAC1: “Foi um erro. Hoje não faria da mesma maneira”.