Primeiro-ministro eslovaco internado com problemas respiratórios e febre alta

por RTP
Peter Pellegrini, primeiro ministro da Eslováquia, dia 21 de fevereiro de 2020, à chegada a Bruxelas para a reunião sobre o orçamento comunitário. Reuters

Peter Pellegrini foi hospitalizado a noite passada e cancelou toda a sua agenda para os próximos dias, quando falta uma semana para eleições legislativas onde deverá ser derrotado. A hipótese de infeção por coronavírus não foi mencionada, mas os sintomas referidos em comunicado do seu gabinete, semelhantes aos de uma gripe, referem-se igualmente ao COVID-19.

"O primeiro-ministro Peter Pellegrini foi hospitalizado ontem à noite devido a uma infeção aguda do trato respiratório superior acompanhada de febre alta", referiu o staff de Pellegrini em comunicado.

Os sintomas do COVID-19 são semelhantes a estes.A Organização Mundial de Saúde recomenda às pessoas com febre, tosse e problemas respiratórios, que procurem acompanhamento médico.

Os mais comuns além de febre, são cansaço e tosse seca. Algumas pessoas têm ainda dores no corpo, congestão nasal, pingo no nariz, dores de garganta e diarreia. Todos os sintomas começam de forma gradual e são geralmente pouco graves.

Um em cada seis pacientes que desenvolvem COVID-19 apresenta sintomas mais sérios, incluindo dificuldades respiratórias. Pessoas mais idosas e os que já padecem de problemas como pressão alta, problemas cardiovasculares ou diabetes, correm mais risco de ficarem em estado grave ou crítico.

Resta saber se o primeiro-ministro eslovaco foi ou não infetado com o coronavírus, num cenário de possível pandemia, e em que circunstâncias.

A verificar-se que a doença do governante eslovaco está a ser mesmo provocada pelo nCoV-2019, e uma vez que Pellegrini participou na cimeira da semana passada, que reuniu em Bruxelas os chefes de Governo da União Europeia, estes poderão vir a ser todos obrigados a ficar de quarentena por pelo menos duas semanas, com consequências imprevisíveis.
Hipótese remota
Até agora, além de Itália - o caso mais grave em solo  europeu, com 219 casos confirmados e 7 mortos - foram reportados casos de coronavírus em Espanha (2 casos), em França (12, um óbito), na Alemanha (16), na Bélgica (1), no Reino Unido (9), na Suécia (1), na Finlândia (1) e na Federação Russa (2).

A Eslováquia faz fronteira com a República Checa, a Áustria, a Hungria, a Polónia, a Roménia e a Ucrânia, países onde até agora não surgiu qualquer caso de contágio.

Também não foi reportado qualquer caso de coronavírus no país e seria irónico se o primeiro paciente fosse o próprio Pellegrini.
Peter Pellegrini esteve na capital belga quinta e sexta-feira, onde participou nas negociações para o orçamento comunitário, ao lado dos seus homólogos europeus, incluindo António Costa.

O primeiro-ministro da Eslováquia era aguardado para um debate televisivo domingo à noite, com os lideres dos outros partidos candidatos às eleições de 29 de fevereiro no seu país. Acabou por cancelar a participação.

O gabinete justificou a ausência esta segunda-feira, em comunicado oficial. "Devido à sua condição, decidiu cancelar temporariamente toda a sua agenda", referiu o texto.

As últimas sondagens apontam para a possibilidade de cinco ou seis partidos de oposição, dos progressistas aos conservadores, podem vir a unir forças para tentar derrubar o partido de Pellegrini, o Smer.

O movimento Pessoas Normais e o Personalidades Independentes são os partidos com maiores intenções de voto a seguir ao Smer.
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