Primeiro-ministro Mari Alkatiri anunciou demissão

Numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, Mari Alkatiri anunciou estar disposto a demitir-se para evitar a resignação do presidente Xanana Gusmão, retomando o seu lugar no parlamento.

Lusa /
Demissão LUSA

Alkatiri, que falou em tétum, português e inglês, disse igualmente estar disponível para viabilizar um governo de transição.

O anúncio da demissão do primeiro-ministro surge um dia depois do Comité Central da FRETILIN ter recusado a renúncia de Mari Alkatiri, como fora exigido pelo presidente Xanana Gusmão, apelando ao diálogo para encontrar uma saída para a crise política do país.
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Hoje mesmo um ministro, um vice-ministro e três secretários de Estado do governo timorense iriam anunciar a demissão dos respectivos cargos.

Os demissionários são o vice-ministro da Saúde, Luís Lobato, o ministro da Educação, Armindo Maia, e os três secretários de Estado para a Coordenação da Região II (Virgílio Smith), da Região III (Egídio de Jesus) e da Região IV (César Cruz).

A saída destes membros do governo é formalizada menos de 24 horas depois do ministro de Estado, dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e da Defesa, José Ramos Horta, e do ministro dos Transportes e das Comunicações, Ovídeo Amaral, terem anunciado publicamente que saíam do governo.

Os jornalistas estavam hoje a preparar-se para uma conferência de imprensa do ministro demissionário Ramos Horta, em que este ia explicar as razões da sua saída do governo, quando o próprio Nobel da Paz lhes comunicou que deveriam deslocar-se para a residência do primeiro-ministro, pois este tinha uma "importante declaração" a fazer.

Ramos Horta explicou que tinha acabado de receber uma chamada telefónica dando conta da conferência de imprensa de Mari Alkatiri.

Interrogado sobre se isso significava que o primeiro-ministro se ia demitir, Ramos Horta respondeu apenas "Sim".
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