O príncipe Aga Khan morreu esta terça-feira aos 88 anos. No site, a rede Aga Khan para o Desenvolvimento adianta que o líder religioso morreu "rodeado pela sua família" em Lisboa. O príncipe foi o fundador e era o presidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento.
A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento dão as condolências à família do Aga Khan bem como “à comunidade ismaelita em todo o mundo”. A organização promete ainda designar um sucessor em breve.
Shah Karim al Hussaini assumiu funções como Aga Khan IV com apenas 20 anos, num mandato iniciado em 1957 após a morte do pai, Sultan Mahomed Shah (Aga Khan III). Era desde então o líder dos muçulmanos xiitas ismailis, uma minoria religiosa com cerca de 15 milhões de seguidores em todo o mundo. Shah Karim al Hussaini nasceu a 13 de dezembro de 1936. Cresceu e
estudou no Quénia e nos Estados Unidos, e tem ligações ao Canadá, Irão e
França, e nos últimos anos também a Portugal, com a escolha de Lisboa
para sede mundial da comunidade ismaelita.
Os ismailis são uma comunidade muçulmana do ramo xiita. Desde o século XIX que o título de Aga Khan é atribuído ao imam dos ismailis, a quem é atribuída descendência direta do profeta Maomé.
Atualmente, os imams não tem controlo sobre nenhum território específico, mas exercem a sua ação e influência através de diferentes organizações, nomeadamente a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN).
Portugal conta com uma das maiores comunidades Ismailis em território europeu, com cerca de oito a dez mil pessoas.
Há dez anos, o Governo português e o Aga Khan assinaram o acordo para o estabelecimento da sede mundial do Imamat Ismaili em Portugal.
Três anos depois, Aga Khan designou oficialmente o Palácio Henrique de Mendonça, na Rua Marquês da Fronteira, em Lisboa, como a sede global do Imamat Ismaili.