Procura de máscaras obriga a reforço policial junto de farmácias de Macau

por Lusa

A procura de máscaras em Macau obrigou ao reforço policial junto de farmácias e medidas excecionais face ao vírus de Wuhan no território, que registou a passagem de quase um milhão de pessoas nas fronteiras em 48 horas.

A informação foi prestada hoje em conferência de imprensa pelas autoridades de saúde sobre o impacto do coronavírus chinês de Wuhan em Macau, que começou na quinta-feira a vender em farmácias convencionadas máscaras a preço de custo de uma encomenda de 20 milhões efetuada no estrangeiro porque o produto está esgotado em alguns pontos na China, devido ao vírus de Wuhan que já matou 26 pessoas e infetou 830.

Na mesma conferência de imprensa foi avançado que, para além das duas pessoas infetadas, há ainda a registar 24 casos suspeitos: seis do interior da China, os restantes são residentes de Macau.

O estado clínico dos dois pacientes infetados, ambos oriundos de Wuhan, é considerado estável.

Nos últimos dois dias passaram pelos postos fronteiriços 946 mil pessoas, segundo a Corporação da Polícia de Segurança Pública (CPSP) de Macau.

Macau está a recusar nas fronteiras a entrada e saída de pessoas com febre, encaminhando-as para uma respetiva avaliação clínica.

Macau anunciou hoje também a suspensão de serviços, o encerramento de espaços culturais e desportivos, bem com o adiamento do regresso às aulas, ensino superior incluído, devido ao vírus chinês que já causou 26 mortes e infetou 830 pessoas.

O Instituto de Ação Social recomendou aos encarregados de educação que, após os feriados do Ano Novo Lunar, façam o possível para manter as crianças em casa, deixando provisoriamente de as colocar nas creches.

A Direção dos Serviços de Educação informou ainda que a partir de hoje, até março, todas as competições escolares e atividades promovidas por aquela entidade vão ser suspensas ou adiadas.

O Instituto de Desporto decidiu igualmente encerrar ao público as instalações desportivas afetas àquele organismo a partir de hoje, sem data prevista para reabertura daqueles espaços.

Museus, todas as bibliotecas públicas foram encerradas e todos os recintos culturais a partir de sábado. Em todos os casos, não é indicada uma data de reabertura.

Na quinta-feira, o chefe do Governo de Macau admitiu também que os casinos do território, capital mundial do jogo, podem ser obrigados a fechar caso a situação de contágio se agravar no território.

Macau elevou no dia 05 de janeiro o alerta de emergência para o nível três, um grau de risco elevado que exige um acompanhamento mais apertado.

Desde então, proibiu excursões de e para Wuhan, foram suspensos voos para aquela cidade onde foi detetado o vírus, cancelou as comemorações do Ano Novo Lunar, está a proceder a desinfeções em locais públicos (mercados públicos, transportes) e obrigou funcionários públicos e trabalhadores dos casinos a usarem máscara.

Macau acautelou também o reforço de máquinas de ventilação de apoio respiratório e de medicamentos.

Já a companhia de seguros Fidelidade Macau anunciou hoje que qualquer cliente que detenha uma apólice de seguro de vida que seja diagnosticado com o coronavírus e internado para tratamento irá beneficiar de um subsídio hospitalar diário de 600 patacas (68 euros) por um período máximo de 50 dias.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais.

Os mais de 800 casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Além da China continental, foram já detetados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão, Vietname, Singapura e Estados Unidos.

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