Produção de ópio volta a subir em 2006

A produção de ópio no Afeganistão, maior produtor mundial, vai voltar a subir em 2006, após a redução registada em 2005, sendo este o primeiro aumento desde a queda do regime talibã, referem estimativas da ONU.

Agência LUSA /

Um relatório, divulgado hoje no site na Internet da Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), realizado em conjunto com o Governo do Afeganistão, conclui um "aumento da produção do ópio em 13 das 32 províncias do país e uma baixa em quatro outras".

Nas restantes 15 a produção vai manter-se estável.

Segundo o documento, o aumento que se deverá registar nas 13 províncias está relacionado com o facto de não terem sido criadas medidas para aplicar a proibição do cultivo do ópio.

Esta "estimativa", segundo o relatório, foi feita com base em inquéritos feitos em 469 aldeias afegãs.

Os números finais serão publicados num relatório a divulgar no próximo Verão.

O relatório não inclui a campanha de erradicação do ópio que o Governo do Afeganistão vai pôr em prática a partir deste mês e que pretende reduzir, em 2006, 40 por cento do cultivo da droga.

Em 2005, só 5.000 dos 104.000 hectares de culturas de ópio, cerca de três por cento, foram erradicadas, segundo a UNODC.

O relatório também não tem em conta o ópio que pode vir a ser cultivado em outras regiões do país a partir de Março e que pode "significar um aumento suplementar da produção", acrescenta o relatório.

O Afeganistão produz 87 por cento do ópio mundial, matéria- prima para o fabrico da heroína, e é de onde provém quase toda a heroína consumida na Europa.

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