Professores portugueses para escolas timorenses começam a chegar no final do mês

Os 140 professores portugueses destacados, este ano, em escolas timorenses, vão começar a chegar a Díli no final deste mês, faltando concluir os seguros necessários, disse hoje à Lusa a coordenadora do projeto.

Lusa /
Medidas excecionais implementadas no aeroporto de Díli por causa do coronavírus com origem na China António Dasiparu - EPA

O primeiro grupo de 105 professores, que continuam do ano passado, deve chegar no final de fevereiro, acrescentou Lina Vicente, que coordena o projeto dos Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE)

Os 35 novos contratados são esperados no início de março, estando o ensino nos 13 CAFE a ser assegurado até lá por 152 professores timorenses inseridos no projeto e que estão a trabalhar desde o arranque do ano letivo, em 13 de janeiro.

"A vinda dos professores foi condicionada pela aquisição dos seguros por parte de Portugal, porque o concurso foi iniciado em setembro, mas foi afetado pelas mudanças de Governo em Portugal", explicou.

O projeto CAFE é cofinanciado por Portugal e Timor-Leste, com divisão das despesas inerentes à colocação dos docentes.

Os CAFE, inicialmente conhecidos como Escolas de Referência, foram abertos progressivamente nos 12 municípios e na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), sendo inicialmente regidos por um protocolo assinado pelos dois Governos em 2011.

A partir de 2015, um novo acordo levou a outras alterações, incluindo a transformação das Escolas de Referência nos atuais CAFE, que contam este ano com cerca de 8.800 alunos.

A adenda ao protocolo que permite a continuidade do projeto foi assinada na semana passada em Díli pelo embaixador de Portugal, José Pedro Machado Vieira, e pela ministra da Educação timorense, Dulce Soares.

Na ocasião, a ministra referiu que a extensão ao projeto vai permitir fazer também uma "avaliação internacional" que permita "planear a sua continuidade e ver o que será necessário para o desenvolver e melhorar".

José Pedro Machado Vieira lembrou que faltam dez anos para cumprir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 que, no caso da educação exigem "esforço adicional, que procure responder às exigências crescentes de uma educação de qualidade para todos e que assegure o equilíbrio entre a vasta experiência acumulada do passado e a necessidade de inovação e adaptação ao futuro".

É neste quadro, disse, que "Portugal e Timor-Leste reafirmam o seu compromisso com a Educação, para o desenvolvimento e bem-estar das suas sociedades", com o projeto CAFE "a continuar a ser uma prioridade para Portugal".

"A realização da tão esperada avaliação internacional ao projeto demonstrará, certamente, os excelentes resultados alcançados desde o seu começo até à data, permitindo também a identificação de eventuais reajustes necessários, para garantir um maior impacto", referiu.

Nove dos CAFE têm já turmas do pré-escolar até ao 11º ano de escolaridade, os de Díli e Manatuto têm até ao 10º ano, o de Viqueque até ao 6º, bem como o de Ainaro, o mais recente.

No caso dos professores de continuidade, os contratos foram renovados e estão em vigor desde 01 de janeiro. Já a assinatura dos contratos com os novos docentes ficaram a aguardar a decisão final do Ministério da Educação timorense sobre o número total de professores.

O projeto tinha solicitado um aumento para 160, tendo sido aprovado apenas 140 docentes, explicou Lina Vicente.

Do total, 26 professores portugueses ficam destacados no pré-escolar, 34 no 1.º ciclo, 14 no 2.º ciclo, e 66 no 3.º ciclo/secundário.

Lina Vicente disse que entre os professores a quem não foi renovado o contrato se contam docentes que "manifestaram vontade de não continuar" e outros que "não se enquadravam no perfil do projeto".

Neste segundo caso, contam-se professores do 1.º e 2.º ciclos cujo número, segundo o protocolo do projeto, tem de ser progressivamente reduzido para dar lugar a docentes timorenses.

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