"No passado o Japão, através da sua administração e das suas agressões coloniais, causou sofrimento aos povos de vários países, em particular de nações asiáticas. O Japão encara esses factos históricos com um espírito de humildade", afirmou Koizumi durante uma cimeira afro-asiática em Jacarta.

"E, com um sentimento de profundo remorso e com desculpas sinceras sempre presentes no espírito, o Japão sempre tentou, desde o final da Segunda Guerra Mundial, não se tornar uma potência militar, mas uma potência económica, resolvendo todos os seus problemas pela via pacífica, sem recorrer à força", acrescentou Koizumi.

Durante a sua intervenção, o primeiro-ministro japonês não mencionou a actual crise que opõe Tóquio a Pequim, numa altura em que as relações entre os dois países asiáticos são as mais frágeis dos últimos 30 anos.

Responsáveis chineses afirmaram que se Koizumi apresentasse um pedido de desculpas seria provável que o presidente chinês Hu Jintao aceitasse a realização de um encontro à margem da cimeira.

Os dois homens estiveram na mesma sala, sem entrar em contacto.

Tal como Koizumi, Hu Jintao não fez qualquer comentário sobre a tensão entre os dois países durante a sua intervenção.

Violentas manifestações anti-japonesas, com ataques às representações nipónicas, abalaram as últimas semanas na China, depois de Pequim ter acusado Tóquio de minimizar as atrocidades cometidas pelas tropas japonesas durante a Segunda Guerra Mundial.