Programa Alimentar Mundial preocupado com nível de anemia nas crianças e mulheres guineenses
A representante do Programa Alimentar Mundial (PAM) na Guiné-Bissau, Kyomi Kawaguchi, está preocupada com o nível de anemia nas crianças e mulheres guineenses, citando o caso do arquipélago dos Bijagós em que 80% de crianças são afetadas.
Naquelas ilhas a sul da Guiné-Bissau muitas crianças com menos de cinco anos sofrem de anemia severa, referiu a representante do PAM, citando os resultados de um recente estudo sobre a má nutrição materno-infantil, hoje apresentado em Bissau.
Entre as mulheres guineenses, 44% são consideradas anémicas, a partir de um estudo realizado em 2015, a mesma proporção que já vinha de uma análise de 1999, indicou Kyomi Kawaguchi.
O nível de anemia nas mulheres e crianças guineensed tem estado a favorecer o desenvolvimento de casos de nanismo (deficiência no crescimento) no país, com proporções alarmantes, acrescentou a responsável do PAM.
Segundo a representante do PAM, o nanismo situa-se na ordem dos 27,6 % na Guiné-Bissau, afectando mais de uma criança em cada três crianças.
A região de Oio (centro do país) é aquela que apresenta a "situação mais alarmante com 35%" de casos do nanismo nas crianças, Bafatá, no leste com 34% e Gabú, também no leste, com 30%.
"O nanismo não só afeta a estatura física como também o desenvolvimento intelectual, cognitivo e emocional da criança na escola, bem como interfere com a vida laboral dos adultos", observou a responsável do PAM na Guiné-Bissau.
Kyomi Kawaguchi notou ainda que na Guiné-Bissau há três indicadores diretos que demonstram a desnutrição de crianças: Atraso de crescimento, anemia e sobrepeso. De acordo com a representante do PAM "nenhum desses indicadores mostra melhorias nos últimos anos".
A nova ministra da Família e Proteção Social considerou que perante os dados revelados pelo estudo "é preciso uma reflexão nacional" sobre que estratégia para melhorar a situação da criança e mulher na Guiné-Bissau.