Os organizadores do protesto utilizaram 493 pares de sapatos e velas para simbolizar cada uma das vítimas mortais por disparos de armas de fogo, entre os dias 12 a 20 de Maio de 2006.

Os 493 pares de sapatos, com uma vela acesa entre cada um eles, foram colocados ao longo do Viaduto do Chá, no centro da cidade, em frente à câmara municipal de São Paulo.

Segundo Flávio Munhoz, da organização não governamental Comunidade Cristã, responsável pelo protesto, os sapatos e as velas foram a forma encontrada para homenagear os que "não caminham mais".

O protesto teve também o objectivo de exigir das autoridades o alargamento das políticas públicas destinadas a combater a violência, nomeadamente entre os mais jovens, Em Maio do ano passado, uma série de ataques com bombas e armas de fogo, comandada por uma facção criminosa, teve como alvo autocarros, prédios públicos, postos de gasolina, agências bancárias, viaturas e esquadras policiais.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que comanda os presídios do Estado de São Paulo, comandou outras duas vagas de ataques, nos meses de Julho e Agosto de 2006.

Os ataques, segundo líderes do PCC, foram a forma encontrada para protestar contra as precárias condições de vida dos prisioneiros nos superlotados presídios de São Paulo.