Quatro mortos em actos de violência após morte da ex-primeira-ministra
Islamabad, 27 Dez (Lusa) - Pelo menos quatro pessoas foram mortas a tiro na sequência de incidentes violentos ocorridos em diversas cidades do Paquistão após o assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto num atentado suicida em Islamabad.
Duas pessoas foram mortas em Lahore (Leste) onde duas casas de comércio de automóveis foram incendiadas, infiormou a polícia.
Tiros esporádicos foram ouvidos na cidade.
Incidentes distintos fizeram dois mortos na província meridional de Sindh, segundo as autoridades locais.
O assassínio de Bhutto desencadeou também várias manifestações e actos de violência noutros locais do país, designadamente na cidade do actual primeiro-ministro, Jacobabad, onde um tribunal foi incendiado.
Em Peshawar, cidade frequentemente palco de violência situada junto à fronteira com o Afeganistão, a polícia dispersou com bastões e granadas de gás lacrimogéneo mais de uma centena de manifestantes que protestavam pelo atentado que matou Bhutto, regressada há dois meses do exílio para participar nas legislativas de 08 Janeiro próximo.
A polícia interveio quando os manifestantes bloquearam a rua principal da cidade enquanto incendiavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra o presidente paquistanês, Pervez Musharraf.
Uma esquadra da polícia foi atacada pelos manifestantes, que lançaram pedras contra o edifício, assim como vários automóveis particulares.
A cidade de Multan (centro) também foi palco de uma manifestação de cerca de 100 apoiantes do Partido do Povo Paquistanês, de Benazir Bhutto, que queimaram pneus e bloquearam a circulação automóvel.
Em Carachi, cidade do sul onde a ex-primeira-ministra foi alvo de um primeiro atentado - do qual escapou ilesa - horas depois de regressar ao país depois de oito anos de exílio, os manifestantes incendiaram pelo menos 20 habitações.
O comércio de Carachi encerrou hoje e centenas de manifestantes saíram às ruas, incendiaram pneus e bloquearam estradas.
Confrontos entre manifestantes e a polícia nesta cidade resultaram, segundo fonte policial, em ferimentos a tiro em quatro agentes.
Os incidentes em Jacobabad, no sul do país, visaram não apenas o tribunal e um outro edifício público, como também várias lojas, atacadas por uma multidão furiosa que visou nomeadamente estabelecimentos propriedade do primeiro-ministro em funções, Mohammedmian Soomro, nomeado a 16 de Novembro para dirigir o governo de transição que vai organizar as legislativas e provinciais de 08 de Janeiro.
Os manifestantes queimaram fotografias de Soomro e bloquearam várias ruas da cidade, situada numa das províncias - Sind - bastião da ex-primeira-ministra e dirigente da oposição.
Benazir Bhutto, 54 anos, morreu hoje depois de ter sido atingida a tiro no pescoço e no peito por um atirador desconhecido que em seguida se fez explodir.
O atentado ocorreu quando Benazir Bhutto entrava num automóvel, minutos depois de discursar num comício em Rawalpindi, perto de Islamabad.
SRS/MDR.