Quebra de sigilos revela indícios de desvio de dinheiro no antigo gabinete de Bolsonaro

A quebra dos sigilos bancários de dezenas de pessoas e empresas citadas numa investigação sobre peculato revelou indícios de desvios de dinheiro no antigo gabinete do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, segundo o portal de notícias Uol.

Lusa /

O portal brasileiro afirma ter encontrado este indícios após investigar dados bancários de uma averiguação, ainda a decorrer, sobre desvios de dinheiro alegadamente realizados por Flávio Bolsonaro, filho mais velho do Presidente brasileiro, quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A partir da análise da quebra do sigilo bancário destas empresas e pessoas, o Uol descobriu supostos indícios de que crimes semelhantes podem ter sido cometidos nos gabinetes do Presidente do Brasil quando ele era deputado federal, e no gabiente de outro filho dele que é também político, o vereador da cidade do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro.

Entre as ações suspeitas estão retiradas de dinheiro vivo de grande parte dos salários dos funcionários dos gabientes da família Bolsonaro, movimentações em contas bancárias admistradas por uma antiga mulher de Bolsonaro, dados sobre um alegada funcionária fantasma que terá atuado como `personal trainer` no Rio de Janeiro enquanto constava como funcionária do gabinete de Bolsonaro em Brasília quando ele era deputado e até o pagamento de despesas de um sobrinho do Presidente feito por terceiros.

Flávio Bolsonaro, filho mais velho de Jair Bolsonaro, foi acusado de liderar um esquema de peculato que consistia na apropriação indevida de parte dos salários de funcionários seus dentro do seu antigo gabinete na Alerj.

Também existe a suspeita de que Flávio Bolsonaro empregou os chamados `funcionários fantasma` entre 2007 a 2018, período em que exerceu o mandato de deputado estadual, e realizou branqueamento de capitais numa loja de chocolates que administrava e através da compra e venda de imóveis.

Flávio Bolsonaro, atualmente senador, foi denunciado em novembro passado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que o acusou de ter cometido crimes de peculato, branqueamento de capitais e organização criminosa.

O filho mais velho do Presidente brasileiro sempre negou todas as acusações contra si.

Em fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as quebras de sigilo relacionadas com este caso, alegando que houve excesso do juiz que autorizou o acesso dos investigadores às informações bancárias dos envolvidos no caso.

Por maioria dos votos os juízes da 5ª turma do STJ identificaram problemas de fundamentação na decisão judicial do magistrado de primeira instância que estava a frente do caso e autorizou a quebra dos sigilos bancários pedida pelos ivnestigadores.

Hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR) brasileira apresentou um recurso contra esta decisão do STJ de anular a quebra dos sigilos bancários ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Nem o Presidente nem os seus filhos responderam a perguntas do Uol sobre este caso.

Tópicos
PUB