Quem é viciado em videojogos pode sofrer de um distúrbio de saúde mental

por RTP
“Milhões de jogadores em todo o mundo, mesmo quando se trata de jogar intensivamente, nunca se qualificaria como uma pessoa que sofre de distúrbios de jogo” Kevork Djansezian - Reuters

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou esta segunda-feira o novo relatório de Classificação Internacional de Doenças (CID-11) onde o vício em videojogos é reconhecido como um distúrbio de saúde mental.

Os videojogos são cada vez mais um passatempo de milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de a maioria dos jogadores encarar o jogo apenas como um hobby, alguns acabam por ficar viciados, sendo que em casos mais graves se está perante distúrbios mentais.

Segundo citação da CNN, Vladimir Poznyak, membro do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, afirma que “milhões de jogadores em todo o mundo, mesmo quando se trata de jogar intensivamente, nunca se qualificariam como pessoas que sofrme de distúrbios de jogo”.
Indícios de quem é viciado em videojogos
Poznyak explica que a primeira característica que indica que uma pessoa é viciada em videojogos consiste no “comportamento com o jogo que acaba por ter consequências sobre outras atividades”, acabando por se tornar na principal atividade.

O segundo indício está relacionado com a capacidade de controlo dos comportamentos perante o jogo. “Mesmo quando as consequências negativas ocorrem, esse comportamento continua ou aumenta”, afirma Vladimir.

Por fim, a terceira característica consiste em se revelarem mudanças notórias a nível pessoal, familiar, social, educacional e ocupacional. O vício pode provocar “padrões de sono perturbados, problemas de dieta e uma deficiência na atividade física”.

Para que o diagnóstico seja feito corretamente, é necessário estudar os comportamentos de uma pessoa durante o período de pelo menos um ano.

A Classificação Internacional de Doenças (CID), segundo a agência Lusa, abrange 55 mil lesões, doenças e causas de morte. Desta forma, fornece uma base para a OMS e outros especialistas que ajuda a estudar e a responder às tendências na saúde.

“Permite-nos entender muito mais sobre o que faz com que as pessoas adoeçam e morram, e tomar medidas para evitar o sofrimento e salvar vidas”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS.

A última versão da CID onde se inclui o relatório sobre o vício em videojogos, conhecida por CID-11, é pela primeira vez totalmente eletrónica, como uma forma de ser acessível a todos os médicos e profissionais de saúde em todo o mundo.
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