Quirguistão eleva para 13 total de mortos em confrontos com Tajiquistão

por Lusa
Reuters (arquivo)

Pelo menos 13 pessoas morreram, na quinta-feira, em confrontos fronteiriços entre o Quirguistão e o Tajiquistão, considerados os mais graves incidentes recentes entre os dois países da Ásia Central, de acordo com um novo balanço.

Em comunicado, o Ministério da Saúde do Quirguistão deu conta de 134 vítimas nos confrontos, "incluindo 13 mortos". Dois dos feridos na troca de tiros, na quinta-feira, estão em situação grave, acrescentou.

Na quinta-feira, Bichkek tinha anunciado a entrada em vigor de uma trégua com o Tajiquistão, após confrontos fronteiriços entre os dois vizinhos.

As autoridades quirguizes deram igualmente conta de 11.500 pessoas retiradas da zona de conflito. O último balanço apontava para 800 deslocados.

No balanço anterior, o Ministério da Saúde quirguiz tinha indicado que 17 feridos nos confrontos, incluindo "um mortalmente". Por sua vez, o Conselho de Segurança do Tajiquistão anunciou dois feridos por disparos, um com gravidade.

O incidente ocorreu em redor do enclave tajique de Vorukh, no Quirguistão, zona de tensões recorrentes relacionadas com questões de acesso à água entre estas duas ex-repúblicas soviéticas.

Ambas as partes rejeitaram a responsabilidade pelos confrontos.

O Conselho de Segurança do Quirguistão afirmou que o Tajiquistão "provocou deliberadamente um conflito" neste local da fronteira.

"Os tiros foram disparados entre as unidades militares [dos dois países]. Segundo informações preliminares, a parte tajique instala posições para efetuar disparos de morteiros", prosseguiu a mesma fonte.

Pelo contrário, o Conselho de Segurança do Tajiquistão indicou que o exército quirguiz abriu fogo sobre tropas tajiques "situadas no local de distribuição de água de Golovnaia, no curso superior do rio Isfara".

As autoridades do Tajiquistão indicaram que sete tajiques ficaram feridos, por arremesso de pedras, na quarta-feira num conflito entre civis.

Vastas zonas de fronteira entre os dois países não foram demarcadas depois do fim da antiga União Soviética em 1991, com as tensões étnicas a acentuar-se devido às rivalidades no acesso a terra e a água.

Em 2019, registaram-se incidentes mortíferos entre o Tajiquistão e o Quirguistão e em setembro desse ano três guardas fronteiriços tajiques e um quirguiz foram mortos num tiroteio que também causou uma dezena de feridos, incluindo civis.

O autoritário dirigente tajique Emomali Rakhmon encontrou-se em julho de 2019 com o então Presidente quirguiz, Sooronbai Jeenbekov, para um aperto de mão simbólico na cidade fronteiriça de Isfara, no Tajiquistão.

No entanto, as conversações sobre a "delimitação das fronteiras" e a "prevenção e a resolução de conflitos fronteiriços" foram inconclusivas.

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