"Decidi candidatar-me à presidência", afirmou hoje Nader no programa "Encontro com a Imprensa" ("Meet the Press") da cadeia de televisão NBC, invocando "as pessoas que se sentem excluídas, abandonadas, marginalizadas e desrespeitadas" pela política dos dois grandes partidos norte-americanos, que ainda não escolheram os seus candidatos.

Nader criticou ainda os recentes "escândalos" no país, "do Iraque à Palestina, a Israel, de Enron a Wall Street, do [furacão] Katrina às trapalhadas da administração Bush, à cumplicidade dos democratas em não o fazer parar com a guerra [no Iraque], e nos cortes de impostos" às grandes empresas a aos contribuintes com maiores rendimentos.

Nader, hoje com 73 anos, foi candidato também nas eleições presidenciais de 2000 e 2004, ambas ganhas pelo republicano George W. Bush.

É olhado hoje com ressentimento por muitos eleitores do partido Democrata que afirmam que a sua candidatura em 2000 levou à derrota do candidato democrata Al Gore perante Bush, decidida por algumas centenas de votos no estado da Florida.

Os dois principais partidos, disse hoje Nader, "não têm a coragem moral, não têm a capacidade para fazer frente aos grandes poderes empresariais e fazer aquilo que o povo americano precisa".

No programa da NBC, Nader deixou ainda críticas ao provável candidato presidencial republicano, John McCain, e a Barack Obama e Hillary Rodham Clinton, que disputam a nomeação pelo partido Democrata.

Em relação aos dois democratas, criticou em particular a sua falta de apoio ao alargamento do plano de saúde Medicare a todos os cidadãos, e ainda a sua complacência perante os gastos "desproporcionados" no sector da Defesa.

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