O presidente José Ramos-Horta destacou esta terça-feira que Timor-Leste é uma democracia jovem, imperfeita e vibrante e que, apesar dos erros cometidos e aspetos para melhorar, é um oásis de paz num mundo turbulento.
"Timor-Leste é uma democracia jovem, imperfeita e vibrante - um oásis de paz, tolerância e liberdade, uma luz brilhante de democracia e tranquilidade neste mundo turbulento", afirmou José Ramos-Horta.
O chefe de Estado discursava na cerimónia para assinalar o 23.º aniversário da restauração da independência, que decorreu no Palácio da Presidência, em Díli, e contou com a participação dos membros do governo, parlamento e corpo diplomáticos, entre outros.
"Não temos violência política, tensões ou crimes de base étnica ou religiosa. Não temos crime organizado, assaltos à mão armada. Não temos consumidores de drogas duras e tráfico de droga", disse o também prémio Nobel da Paz, enaltecendo o profissionalismo das forças de defesa e segurança.
No discurso, José Ramos-Horta salientou que a pobreza multidimensional ainda atinge 45,8% da população, que há uma elevada incidência de violência doméstica e que o atraso no crescimento e a subnutrição infantil são uma realidade.
"Espero que nos próximos cinco a dez anos realizemos mais progressos na criação de emprego para jovens, melhorias nos setores da educação e saúde, expansão dos investimentos na agricultura, segurança alimentar e na eliminação do atraso de crescimento, da desnutrição infantil e da mortalidade infantil e materna", afirmou.
O presidente destacou também que mais de 98% do território tem já fornecimento de eletricidade e que em breve Timor-Leste vai ficar ligado a um cabo submarino de Internet, permitindo ao país alcançar a "digitalização plena e a ligação eletrónica ao mundo".
José Ramos-Horta destacou ainda uma série de investimento em infraestruturas, nomeadamente a expansão do aeroporto internacional de Díli, vários hotéis de cinco estrelas, um centro de convenções, uma marina no antigo porto da capital e o desenvolvimento da orla marítima.
No âmbito das celebrações da restauração da independência, José Ramos-Horta condecorou com a Ordem de Timor-Leste uma série de personalidades nacionais e estrangeiras, incluindo juízes do Supremo Tribunal de Recurso.
O presidente condecorou também a título póstumo, com a Ordem Nicolau Lobato, o padre Domingos da Silva Soares, conhecido como padre "Maubere", cujo funeral se realizou segunda-feira.