Rebeldes sírios conquistam base aérea militar em Idlib

por Graça Andrade Ramos - RTP
Membros da Frente al-Nusra, grupo islamita filiado na al-Quaeda festejam em cima de um tanque na frente de combate de Al-Khazan, a norte da província síria de Idlib, em maio de 2014 Hamid Khatib- Reuters

Após dois anos de cerco, a base aérea governamental de Abu Alduhur, na província síria de Idlib, caiu praticamente em poder do Exército da Fattah, uma coligação de rebeldes sírios que inclui a Frente al-Nusra, o maior grupo islamita filiado na al-Quaeda a operar na Síria.

Há informações que nem toda a base foi tomada e que ainda decorrem combates, mas as forças rebeldes terão conseguido assumir o controlo da maior parte do aeroporto, incluindo o centro de comando.

A perda da base aérea militar de Abu Alduhur está a ser considerada um rude golpe para o Governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, que irá tornar quase impossível a reconquista da província de Idlib, quase toda controlada pelos rebeldes.
Tempestade de areia
O assalto à base aérea foi liderado pela Frente al-Nusra - ou Jabhat al-Nusra - que, de acordo com uma fonte próxima do gabinete de operações do grupo, terá aproveitado uma tempestade de areia para atacar sem que a força aérea síria pudesse ripostar.

"O regime não podia bombardear em torno da área porque os seus aviões não podiam lançar bombas com precisão e não conseguiam ver", afirmou a fonte, citada pela al-Jazeera. "A al-Nusra aproveitou a situação e assumiu o controlo de grandes áreas do aeroporto".

A mesma fonte afirmou que nem todos os soldados leais ao Governo sírio tinham sido vencidos e que ainda decorriam combates. A televisão estatal da Síria limitou-se a referir que a guarnição que ocupava a base aérea militar tinha abandonado as suas posições.
Cem mortos
O aeroporto estava cercado há mais de dois anos pelas forças rebeldes.

Os rebeldes, que já controlam a maior parte da província de Idlib e que em março tomaram Idlib, a capital da província com o mesmo nome, referem que mataram mais de 100 soldados governamentais e capturaram outros 60, assim como grande quantidade de armamento.

Analistas referem que a estratégia rebelde parece ser cercar as forças governamentais e força-las a retirar.

A província de Idlib faz fronteira com a Turquia, a norte. Os rebeldes controlam já duas capitais provinciais sírias, Idlib e Raqqa. Esta última é considerada atualmente a capital das forças do grupo islamita Estado Islâmico, dissidente da al-Qaueda e grande rival da Frente al-Nusra pelo controlo da Síria.
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