Rebeldes sírios reconquistaram cidade de Dabiq ao Estado Islâmico

por Jorge Almeida - RTP
Khalil Ashawi - Reuters

Com o apoio da artilharia turca e da aviação da coligação internacional, os rebeldes sírios voltaram a controlar Dabiq. Uma cidade com grande valor religioso para o Estado Islâmico.

Com a onfensiva militar de sábado, “os membros do ISIS retiraram”, anunciou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado em Inglaterra.

A pequena cidade do norte da Síria tem uma grande importância simbólica para o Daesh, devido a uma profecia que considera ser aquele o local onde vai ter lugar a batalha apocalíptica antes do fim do mundo entre muçulmanos e não muçulmanos.

O comandante do grupo rebelde disse à agência de notícias Reuters que na manhã deste domingo também tinham recapturado a aldeia vizinha de Soran.

Foto: Khalil Ashawi - Reuters

O editor de assuntos árabes da BBC, Sebastian Usher, considerou que a reconquista de Dabiq, “estrategicamente, não é um grande prémio”, mas tem uma importância moral já que a cidade é considerada um símbolo para o ISIS.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o autoproclamado Estado Islâmico tinha uma força de 1200 homens a defender Dabiq que retirou para a cidade de Al-Bab.

A ofensiva dos rebeldes sírios foi realizada com dois mil combatentes, apoiados pela artilharia do exército turco e pelos aviões da coligação internacional.

F-18 Hornet no USS Harry S. Truman no mediterrâneo. Foto: Reuters.

A cidade de Dabiq encontra-se a apenas dez quilómetros da fronteira com a Turquia. No passado mês de agosto, o exército turco entrou na Síria para “empurrar para trás todas as organizações terroristas”.

O Governo de Ancara considera o Rio Eufrates como uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada, tanto pelos curdos como pelo Daesh.
Novas conversações
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, esteve reunido no sábado com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, e com representantes do Irão, Arábia Saudita e Turquia.

Deste encontro que decorreu em Lausanne, na Suíça, não resultou nenhum acordo de cessar-fogo, mas tanto os Estados Unidos como a Rússia falaram que houve “ideias” emergentes.
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