"Receio uma agenda escondida" em Gaza. António Vitorino pede que Israel permita "organizações credíveis"

O antigo diretor-geral da Organização Internacional para Migrações suspeita das reais intenções por detrás da Fundação Humanitária para Gaza, pedindo que Israel deixe a ajuda humanitária entrar na Faixa de Gaza sem "marginalizar" organizações "com longa experiência".

Antena 1 /
Mahmoud Issa - Reuters

"Quando dois governos decidem criar uma organização dita não governamental para este fim, há um paradoxo", disse António Vitorino no Ponto Central, do Programa da Manhã da Antena 1.

"O que eu receio é que haja uma agenda escondida", afirma o atual presidente Conselho Nacional para as Migrações e Asilo.
Em Gaza "a situação vai de mal a pior", classifica, com Israel a condicionar a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.

A Fundação Humanitária para Gaza teve um início turbulento, desde logo com a demissão do diretor, Jake Wood, pouco tempo de depois de começar.

Na altura, afirmou que não conseguia cumprir a sua missão "respeitando estritamente os princípios de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência".

António Vitorino aponta que o caminho que tem sido seguido "passa por marginalizar não apenas as Nações Unidas, mas também outras organizações não governamentais, inclusive americanas que têm uma longa experiência" e "muito eficazes na ajuda numanitária, mas que não têm provavelmente as boas graças do atual presidente norte americano".

"Neste momento a única solução é a comunidade internacional tornar claro ao governo de Israel que, sem aceitarem esta linha de ação humanitária através de organizações credíveis e capazes de chegarem às populações, tem de haver reações da comunidade internacional", diz.

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