Reconstrução das casas ardidas em Castelo de Paiva em 2017 avança em janeiro

por Lusa
Nuno André Ferreira/Lusa

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, anunciou hoje, em Castelo de Paiva, que vão começar em janeiro as obras de reconstrução das 10 habitações destruídas pelo grande incêndio de 2017 que lavrou no concelho.

"Hoje visitámos várias famílias, cujas habitações ainda não iniciaram a obra e viemos transmitir-lhes que em janeiro as obras começarão e que passarão o próximo Natal [2020] nas suas casas", afirmou a governante, em declarações à Lusa.

A ministra falava, nos Paços do Concelho, no final de uma reunião com os empreiteiros que vão realizar as obras, em vários pontos daquele município do norte do distrito de Aveiro.

No encontro, que contou com a participação do presidente da Câmara de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, foi formalizada a consignação das empreitadas, com um valor global de 1,5 milhões de euros e um prazo de execução de um ano.

Ana Abrunhosa reconheceu a complexidade e morosidade do processo burocrático e de contratação pública, mas assinalou a importância de estarem agora reunidas todas as condições para o início dos trabalhos.

Para a ministra da Coesão Territorial, importa agora acompanhar de perto a evolução das obras, para que os prazos sejam cumpridos, prometendo voltar ao concelho em fevereiro para ver o andamento das empreitadas.

Acompanhada pelo presidente da câmara, Ana Abrunhosa agradeceu o apoio do município e das juntas de freguesias neste processo.

Durante a manhã, acompanhada de representantes do município, a ministra visitou várias famílias que viram as suas primeiras habitações afetadas pelo incêndio e que vão agora ser apoiadas pelo Governo.

"Estou muito habituada, infelizmente, a visitar famílias que já passaram por este processo. O que mais me surpreendeu foi a tranquilidade, dignidade, serenidade e elevação das famílias", comentou, prosseguindo: "[As famílias] estão muito acompanhadas pelos serviços da autarquia e pelas juntas de freguesia. As pessoas não têm ainda as suas casas, mas não se sentiram abandonadas".

O Programa de Apoio à Recuperação de Habitação Permanente, lançado pelo Governo para apoiar a reconstrução das casas (primeiras habitações) que arderam nas regiões norte e centro, nos incêndios de outubro de 2017, previa um investimento de 60,5 milhões de euros, disse a governante. Neste momento, frisou, já se procedeu ao pagamento de 93% desse valor, faltando concluir 40 casas, no conjunto das duas regiões.

O presidente Gonçalo Rocha manifestou satisfação por ser agora resolvido um problema que preocupava a autarquia e o Governo.

"É um tempo significativo para quem espera e para quem tem o desejo de ver resolvido o problema, como é o caso da câmara e do Governo. É, de facto, a concretização de um anseio e uma alegria muito grande que vamos dar a essas famílias", comentou, em declarações à Lusa, à saída da reunião.

Anotou, também, a importância de as famílias terem "a oportunidade de ver reconstruídas as suas vidas, sabendo, de antemão, que o valor casa é muito importante nas suas vidas", nomeadamente nas situações que envolvem pessoas idosas.

Entre os casos de Castelo de Paiva encontram-se duas idosas com mais de 90 anos, acentuou.

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