Recuperados restos mortais de avião em que viajava herdeiro italiano Missoni

Caracas, 22 out (Lusa) -- As autoridades venezuelanas anunciaram, na segunda-feira, ter recuperado restos mortais do interior da avioneta que transportava o herdeiro do império de moda italiana Vittorio Missoni e outras cinco pessoas, em janeiro passado, até ao arquipélago de Los Roques.

Lusa /

As amostras recolhidas do fundo do mar vão ser submetidas brevemente a exames de ADN e a estudos odontológicos para determinar se pertencem aos passageiros ou aos tripulantes que seguiam a bordo do avião, indicou a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, em conferência de imprensa.

"Vamos fazer o estudo comparativo, que é o que nos vai indicar se os restos [mortais] são das pessoas que estamos à procura. O estudo do ADN vai determinar certamente" isso, apontou.

A avioneta foi dada como desaparecida a 04 de janeiro quando viajava rumo a Los Roques.

Vittorio Missoni, a sua mulher Maurizia Castiglioni, Guido Foresti e Elda Scalvenzi (todos italianos) seguiam a bordo da pequena aeronave, pilotada pelos venezuelanos Hernán Merchán e José Ferrer, cujo último contacto foi estabelecido a 04 de janeiro a 10 milhas náuticas de Los Roques, no norte da Venezuela.

De acordo com Luisa Ortega, foram já recolhidas amostras de ADN dos familiares das vítimas que residem na Venezuela, sendo esperada, na próxima quinta-feira, a chegada dos parentes diretos dos italianos, a quem serão também tiradas amostras de sangue.

A recuperação dos restos mortais foi conseguida após três operações levadas a cabo por mergulhadores no âmbito das buscas realizadas pela Marinha venezuelana, entre os dias 12 e 19 deste mês, depois de um navio ter indicado as coordenadas exatas da localização da avioneta, avistada pela primeira vez em junho.

Segundo esclareceu Luisa Ortega, foram extraídas amostras de cinco vítimas, não tendo sido possível recolher provas sobre a sexta, já que os seus restos mortais se encontram numa zona de difícil acesso que implica riscos para os mergulhadores encarregados da operação.

A responsável salientou, porém, não se saber quando poderão ser conhecidos os resultados dos testes de ADN, já que tal vai depender da qualidade das amostras obtidas. "O ADN pode levar 48 horas, mas também um mês, isso depende da qualidade do ADN", apontou, em declarações citadas pela agência Efe.

Foi também encontrada uma mala com documentação do avião que a procuradora espera que ajude a clarificar as causas do acidente. "Este material vai nos servir de base para montar a investigação do ponto de vista da responsabilidade penal", afirmou, ao acrescentar que se investigará se se tratou de erro humano ou de falha técnica.

Para tal será também essencial recuperar o avião, uma tarefa sobre a qual já se está a trabalhar.

A procuradora reuniu-se, esta segunda-feira, na sede do Ministério Público, em Caracas, com os familiares do piloto e do copiloto, com o embaixador de Itália na Venezuela e com o advogado das vítimas para dar-lhes conta do avanço da investigação do acidente.

Vittorio Missoni, de 58 anos, diretor comercial da empresa de roupa de malha fundada pelo seu pai, Ottavio Missoni, estava de férias com os seus amigos no arquipélago desde 28 de dezembro e tinha previsto regressar a Itália precisamente na noite de 04 de janeiro.

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