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Referendo independentista catalão: "Este não é um processo anti-espanhol"

por Daniela Santiago, João Fernando Ramos, Rui Sá

Carles Puigdemont garante, numa entrevista exclusiva à RTP, que, apesar das ameaças e do chumbo dos Tribunais, dia 1 de outubro vai haver 6 mil postos de votação em toda a Catalunha. O referendo à independência da região mais rica de Espanha, garante, irá seguir as mesmas regras de todos os outros referendos no país. Não há número mínimo de participação para validar um resultado vinculativo.

Se o "sim" vencer dia um, o processo de transição para a independência terá inicio no dia seguinte. Quem o afirma é o presidente do governo regional. Carles Puigdemnont garante no entanto que se o "não" tiver maioria, se demite de imediato e convoca eleições regionais na Catalunha.

Com 6% do território, e 16% da população de Espanha, a Catalunha é responsável por 20% de toda a riqueza produzida no país e 25% do seu PIB industrial.

Contas feitas a mesma riqueza de Portugal inteiro concentrada numa região que tem a mesma área que o Alentejo.

O Presidente do Governo da Catalunha assegura que se tivesse havido diálogo, e mais autonomia, sobretudo económica e orçamental, para a região, hoje não estariam num braço de ferro com Madrid, pela independência.

Na Entrevista exclusiva, conduzida pela correspondente da RTP em Espanha Daniela Santiago, e que o Jornal 2 transmite na integra, Carles Puigdemont afirma mesmo, que o processo de independência não é anti-Espanha, mas sim uma tentativa de aproximação, um momento para obrihgar ao diálogo que Madrid tem recusado nos últimos anos.

É a segunda vez a Catalunha tenta um referendo. A primeira aconteceu a 9 de novembro de 2014. Votaram 2,3 dos 6,3 milhões de eleitores. Quase 81% disseram "Sim" à independência. O ato tinha, como agora, sido considerado inconstitucional e não foi validado.

Desta vez as autoridades regionais garantem a maioria irá às urnas. Aprovaram mesmo uma lei ara dar corpo à eventual transição para um estado soberano.

Recorde-se a "Lei da Ruptura" foi suspensa, no passado dia 12 de setembro, por um período de cinco meses.

A decisão do Tribunal Constitucional de Madrid prende-se com o facto de aquele órgão quer tempo para avaliar da sua conformidade com a constituição do país.

A lei fundamental espanhola prevê a autonomia de todas as suas regiões, mas proclama a indivisibilidade de Espanha.
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