Reforço policial após Venâncio levar à AR proposta para tirar Ak-47 da bandeira moçambicana
O político Venâncio Mondlane entregou hoje na Assembleia da República uma proposta de revisão pontual da Constituição para retirar da bandeira moçambicana a metralhadora Kalashnikov (AK-47), alegando ser símbolo militar, acabando o momento sob forte reforço policial.
"É uma questão óbvia e clara, os efeitos psicológicos de usar, num símbolo nacional, um elemento belicoso, um elemento de guerra. Isso significa que você transmite um determinado valor. A bandeira nacional e os símbolos nacionais são elementos de transmissão de valores, de padrões comportamentais, de padrões de personalidade", disse aos jornalistas, à porta do parlamento, em Maputo, Venâncio Mondlane.
Durante as declarações, os automobilistas que passavam no local iniciaram um buzinão, chamando a atenção do político, levando a polícia a cortar o trânsito junto ao parlamento. Venâncio Mondlane saiu depois a pé, com a polícia a formar um forte cordão de segurança à volta das instalações da Assembleia da República, com elementos da polícia de choque fortemente armados e um blindado da Unidade de Intervenção Rápida.
O anteprojeto da revisão pontual da Constituição da República "relativamente à questão da bandeira nacional", cuja versão atual é de 1983, é da autoria do partido Anamola, que o ex-candidato presidencial fundou e lidera, desde a sua formalização em agosto, e foi submetida às bancadas parlamentares, que têm a responsabilidade da iniciativa legislativa, com conhecimento à presidente do parlamento, Margarida Talapa, e às comissões especializadas.
Venâncio Mondlane explicou que a proposta de bandeira resultou de um processo de auscultação nos últimos dez meses, iniciado ainda durante a contestação ao processo eleitoral de outubro de 2024 - que o próprio liderou e que se prolongou até março -, tendo recebido 5.000 propostas e atribuído um prémio de 5.000 dólares à proposta escolhida, que retira o fuzil e a enxada, substituídas por um livro, mantendo o restante formato.
"Destas 5.000 bandeiras foram selecionadas, dentro dos 14 critérios básicos, 144 bandeiras e das 144 bandeiras chegaram à final três bandeiras", explicou Mondlane.