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Regresso de Andrej Babis reacende turbulência populista na Europa Central
A Chéquia volta a colocar Andrej Babis no centro do tabuleiro político europeu e desta vez o impacto poderá ser mais profundo.
O bilionário de direita voltou esta terça-feira ao cargo de primeiro-ministro da Chéquia, causando preocupações em Bruxelas sobre um possível reforço das alianças populistas na Europa Central.
Em Bruxelas, o alerta já soou. A expectativa é de que Babis fortaleça pontes com Viktor Orbán, da Hungria, e com Robert Fico, da Eslováquia — ambos resistentes às políticas comunitárias e contrários ao apoio militar à Ucrânia. Uma aproximação entre estes líderes poderia reforçar um bloco capaz de atrasar ou travar dossiês centrais para a União Europeia, desde reformas climáticas como o ETS2 até ao plano para pôr fim aos motores de combustão.
Babis, cujo partido Aliança dos Cidadãos Descontentes (ANO) integra o grupo eurocético Patriotas pela Europa, governa agora em coligação com os partidos de direita radical Liberdade e Democracia Direta (SPD) e Motoristas por Si Próprios.
Apesar de ter feito campanha propondo reduzir a ajuda a Kiev, suavizou o tom após a vitória eleitoral de 3 e 4 de outubro, levantando dúvidas sobre o alcance das mudanças que pretende implementar.
A figura de Babis permanece tão controversa quanto influente. Nascido em Bratislava e naturalizado checo após a divisão da Checoslováquia, construiu um império empresarial e uma carreira política marcada por ascensões rápidas, derrotas e um regresso inesperado. Governou o país entre 2017 e 2021, e apesar de ter perdido a eleição presidencial de 2023 para Petr Pavel, consegue agora uma nova oportunidade de liderar o país.
Mas o seu regresso não vem sem polémicas. Processos judiciais por alegada fraude em subsídios europeus continuam a pairar sobre ele, tal como antigas acusações — que nega — de ter colaborado com a polícia secreta comunista nos anos 1980. Os críticos insistem que Babis nunca separou totalmente os interesses do Estado dos interesses do Agrofert, enquanto o próprio descreve as acusações como tentativas de o descredibilizar.
Os próximos dias deverão clarificar até que ponto a Chéquia adotará uma postura mais confrontacional na UE. Babis deverá participar no Conselho Europeu no decorrer desta semana, caso finalize a composição do Governo.
Será a primeira ocasião em que os líderes europeus terão de lidar diretamente com o novo chefe de Governo checo — e a primeira oportunidade para medir até que ponto o seu regresso poderá alterar o equilíbrio político da União Europeia.
De acordo com edição europeia do Politico, o presidente checo, Petr Pavel, oficializou a nomeação depois de semanas de negociações e da exigência de que Babis encontrasse uma solução para os seus persistentes conflitos de interesse ligados ao conglomerado Agrofert.
A decisão desbloqueia o regresso ao poder de um líder que combina influência económica, ambição política e um discurso frequentemente crítico das instituições europeias.
Em Bruxelas, o alerta já soou. A expectativa é de que Babis fortaleça pontes com Viktor Orbán, da Hungria, e com Robert Fico, da Eslováquia — ambos resistentes às políticas comunitárias e contrários ao apoio militar à Ucrânia. Uma aproximação entre estes líderes poderia reforçar um bloco capaz de atrasar ou travar dossiês centrais para a União Europeia, desde reformas climáticas como o ETS2 até ao plano para pôr fim aos motores de combustão.
Babis, cujo partido Aliança dos Cidadãos Descontentes (ANO) integra o grupo eurocético Patriotas pela Europa, governa agora em coligação com os partidos de direita radical Liberdade e Democracia Direta (SPD) e Motoristas por Si Próprios.
Apesar de ter feito campanha propondo reduzir a ajuda a Kiev, suavizou o tom após a vitória eleitoral de 3 e 4 de outubro, levantando dúvidas sobre o alcance das mudanças que pretende implementar.
O atual primeiro-ministro checo tem mostrado interesse em revitalizar o grupo Visegrád- aliança informal de cooperação regional entre Polónia, Hungria, Eslováquia e Chéquia - quase adormecido desde a invasão russa da Ucrânia. Agora, porém, o que antes eram quatro países poderá transformar-se num trio, dado o distanciamento do Governo polaco de Donald Tusk, firmemente pró-Ucrânia.
Quem é Andrej Babis?
A figura de Babis permanece tão controversa quanto influente. Nascido em Bratislava e naturalizado checo após a divisão da Checoslováquia, construiu um império empresarial e uma carreira política marcada por ascensões rápidas, derrotas e um regresso inesperado. Governou o país entre 2017 e 2021, e apesar de ter perdido a eleição presidencial de 2023 para Petr Pavel, consegue agora uma nova oportunidade de liderar o país.
Mas o seu regresso não vem sem polémicas. Processos judiciais por alegada fraude em subsídios europeus continuam a pairar sobre ele, tal como antigas acusações — que nega — de ter colaborado com a polícia secreta comunista nos anos 1980. Os críticos insistem que Babis nunca separou totalmente os interesses do Estado dos interesses do Agrofert, enquanto o próprio descreve as acusações como tentativas de o descredibilizar.
Os próximos dias deverão clarificar até que ponto a Chéquia adotará uma postura mais confrontacional na UE. Babis deverá participar no Conselho Europeu no decorrer desta semana, caso finalize a composição do Governo.
Será a primeira ocasião em que os líderes europeus terão de lidar diretamente com o novo chefe de Governo checo — e a primeira oportunidade para medir até que ponto o seu regresso poderá alterar o equilíbrio político da União Europeia.