Reino Unido, 2/3 dos muçulmanos concordam com expulsão dos religiosos radicais

Dois em três muçulmanos britânicos aprovam as medidas tomadas na sequência dos atentados de Londres, nomeadamente a expulsão dos religiosos radicais da Grã-Bretanha, segundo uma sondagem a publicar domingo.

Agência LUSA /

Segundo esta sondagem encomendada pelo diário dominical Sunday`s News of the World, 65 por cento aprova as medidas governamentais, contra 27 por cento que as desaprova.

Na sequência dos atentados de 07 de Julho, que fizeram 56 mortos em Londres, incluindo os bombistas suicidas, e da tentativa abortada duas semanas depois, o governo do primeiro-ministro, Tony Blair, propôs um pacote de medidas destinadas a combater o terrorismo.

Entre estas medidas, figura a expulsão de cidadãos estrangeiros que fazem o elogio do terrorismo ou que se reclamam dele, como por exemplo o clérigo islâmico radical Omar Bakri, que deixou voluntariamente a Grã-Bretanha, em Agosto, para se instalar em Beirute, e foi proibido depois disso de regressar.

Bakri, que viajou no início de Agosto para o Líbano e vivia há quase 20 anos no Reino Unido com estatuto de refugiado político, foi proibido de regressar porque a sua presença, para o Ministério do Interior britânico, "não é do interesse da ordem pública".

Bakri chamou a atenção da opinião pública britânica quando disse que não denunciaria muçulmanos que preparassem atentados como os de 07 de Julho, porque a sua religião o impede.

O Governo britânico tentou acelerar as expulsões depois de ter obtido garantias de alguns Estados do Médio Oriente e da África do Norte de que as pessoas repatriadas não serão torturadas, nem sofrerão maus-tratos.

Quatro dos autores dos atentados de 07 de Julho são cidadãos britânicos, três deles de origem paquistanesa e um originário das Caraíbas.

Segundo esta sondagem, nove em cada 10 muçulmanos interrogados declararam que informarão a Polícia se suspeitarem que um dos seus correligionários prepara um atentado, enquanto cinco por cento das pessoas interrogadas afirmam que não dirão nada a ninguém.

Um pouco mais de dois terços das pessoas interrogadas pensam que a comunidade muçulmana tem uma grande responsabilidade na erradicação do extremismo islamita, 19 por cento considera que esta responsabilidade é "fraca" e apenas 9 por cento acha que a comunidade muçulmana não tem de assumir responsabilidades neste caso.

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