Reino Unido. Apoiantes, sondagens e factos embaraçosos sobre Rishi Sunak e Liz Truss

por Lusa
Jacob King - Reuters

A pouco mais de um mês do fim da votação para sucessão de Boris Johnson como líder do Partido Conservador e primeiro-ministro, os britânicos estão a conhecer mais de perto os potenciais sucessores - Rishi Sunak e Liz Truss. 

Enquanto os dois candidatos esgrimem argumentos em debates televisivos e perante eleitores em todo o país, os votos postais dos cerca de 180.000 militantes conservadores deverão começar a ser recebidos na próxima semana e podem ser devolvidos até 02 de setembro, sendo três depois anunciado o vencedor e próximo chefe de governo britânico.

Eis alguns factos que ficaram a conhecer-se nas últimas semanas sobre o antigo ministro das Finanças Rishi Sunak e a atual ministra dos Negócios Estrangeiros Liz Truss, desde que passaram de figuras de segunda linha para protagonistas das política britânica. ApoiantesAo manter-se no governo em vez de apanhar a vaga de demissões que derrubou Boris Johnson, Liz Truss passou a ser considerada a herdeira natural, a candidata da continuidade. Esta lealdade valeu-lhe o apoio de pesos pesados, como Jacob Rees-Mogg, Nadine Dorries ou Ian Duncan Smith, e da linha dura de eurocéticos, como Steve Baker e a candidata derrotada Suella Braverman. 

A certa altura visto como `delfim` de Boris Johnson, Rishi Sunak foi dos primeiros a `saltar do barco`, poucos minutos depois do ministro Sajid Javid demitir-se. Foi, dos oito candidatos ,aquele que reuniu mais apoios dentro do grupo parlamentar, incluindo do ministro vice primeiro-ministro, Dominic Rabb, do ministro dos Transportes, Grant Shapps, do antigo ministro do Brexit, David Davis, e do candidato eliminado Jeremy Hunt. Sondagens e casas de apostasCom o grupo parlamentar e o governo efetivamente fragmentados entre dois candidatos, cabe às bases decidir o vencedor da eleição. Numa sondagem publicada a 21 de julho pela empresa YouGov, Liz Truss tinha 62% das intenções de voto e Rishi Sunak apenas 38% entre os militantes conservadores, embora 20% tivessem indicado estarem indecisos ou não pretenderem votar. 

O primeiro debate a dois na BBC, a 25 de julho, também não ajudou o antigo ministro das Finanças. Um inquérito da YouGov indicou que 50% de uma amostra de militantes que assistiu ao programa considerou que Truss esteve melhor, e só 39% preferiu Sunak, acusado de  "mansplaining" (comentar ou explicar algo a uma mulher de maneira condescendente), por ter interrompido frequentemente a rival feminina. 

As casas de apostas também dão quase como certa a derrota de Rishi Sunak, que recuperou da desvantagem perante da candidata derrotada Penny Mordaunt, mas não conseguiu acompanhar a subida das probabilidades de Truss. O Daily Telegraph, com base no barómetro Oddschecker, que compara as ofertas de várias casas de apostas, dá 80% de hipóteses de vitória à ministra dos Negócios Estrangeiros e só 20% a Sunak.

Factos embaraçosos Desde de 2014, quando Liz Truss disse num modo impassível ser "uma desgraça" que o Reino Unido importe grande parte das peras e queijo que consume, que o vídeo circula nas redes sociais como piada. 

Mas, mais embaraçoso do que o discurso no congresso do partido Conservador ou ter feito campanha contra o Brexit em 2016, é o passado de Liz Truss como militante anti monarquia do partido dos Liberais Democratas, registado pela BBC em 1994, quando a ministra dos Negócios Estrangeiros tinha 19 anos. 

No "baú dos tesourinhos" da estação pública britânica foi também descoberto um vídeo de 2007 de Rishi Sunak onde este, entrevistado a propósito de a família de classe média o ter enviado para estudar numa escola privada elitista, conta ter amigos aristocratas e da classe alta, mas "não da classe operária". 

Este episódio contribuiu para um perfil que surgiu enquanto foi ministro das Finanças. No ano passado, Sunak publicou nas redes sociais uma fotografia a ultimar o orçamento com um chocolate e um refrigerante para lhe dar energia, mas o que sobressaiu foram os chinelos de um estilista italiano que calçava, que custam cerca de 95 libras (113 euros). 

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