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Reino Unido. Serviços de saúde querem quanto antes plano para reforço de vacinação no outono

por RTP
Lee Smith - Reuters

Com a vacinação de adultos perto de atingir os 70%, os responsáveis de saúde do Reino Unido pedem urgência no estabelecimento já de um plano de reforço de outono de doses da vacina contra a covid-19, caso seja necessário. O Governo tinha prometido um programa de reforço de vacinação, mas os responsáveis dizem que tem de haver respostas científicas que permitam o planeamento, até porque o sistema de saúde não pode continuar a trabalhar num “sistema de emergência”.

Há ainda perguntas que precisam de ser respondidas, incluindo quanto pode durar a imunidade das doses originais da vacina ou se as crianças serão ou não vacinadas e como. Por outro lado, é necessário saber se a dose de vacina covid pode ser dada em simultâneo com a da gripe.

O sistema, agora modelado para dar resposta a uma vacinação massiva da população, está em sobrecarga e precisa de um plano para voltar a funcionar normalmente. Os responsáveis de saúde consideram que o esforço de vacinação anual será “desafiante”.

Fonte do Governo adiantou à BBC que o plano será publicado em “tempo oportuno”, mas reiterou que as decisões finais vão depender da informação obtida pelos testes clínicos em curso.

Na segunda-feira, Chris Hopson, chefe dos Prestadores do NHS, que representa os hospitais e outros presadores, e o responsável do Royal College, Martin Marshall, revelaram que a 19 de julho deverá ser atingido o objetivo de dar uma dose de vacina a todos os adultos, mas que isso “não seria a linha de meta, mas um ponto de teste”.

“Como a campanha de vacinação da gripe começa em setembro, precisamos que os ministros e o comité de vacinação e imunização respondam a várias questões tão depressa quanto possível, para que estejamos prontos para administrar as doses necessárias no outono”, disse Chris Hopson à BBC, admitindo que vai ser um desafio exigente.

No entanto, um porta-voz do Departamento de Saúde argumenta que as decisões finais sobre o programa de reforço só deverão ser tomadas quando houver dados de vários estudos, entre eles o ensaio clínico que esta a decorrer desde maio sobre os benefícios ou não de doses de reforço, o Uk’s Cov-Boost trial.

Este teste clínico implica a administração de terceiras doses de vacinas em centenas de pessoas e os resultados deverão chegar em setembro. Serão dados que poderão fundamentar o processo de decisão do comité de vacinação.

Por outro lado, decorrem outros estudos que pretendem avaliar o efeito de diferentes combinações de vacinas, bem como a introdução de novas vacinas como a Novavax e a Valneva, que aguardam a avaliação do regulador britânico.

Até agora, cerca de 60% dos adultos do Reino Unido já receberam duas doses da vacina, significando que estão totalmente vacinados. Quatro em cada cinco adultos já receberam pelo menos a primeira dose. Desde sexta-feira que abriu a vacinação para todos os maiores de 18 anos e, só na sexta-feira e sábado, estavam agendadas um milhão de pessoas.

Os ministros têm repetido que a vacinação é o caminho para sair das restrições e que o adiamento do levantamento de medidas restritivas de 21 junho para 19 julho se devia ao esforço de vacinação.

O número de novos casos diários no Reino Unido tem vindo a aumentar com 9,284 casos e seis mortes registados no domingo.

O governo já tinha prometido que haverá um programa de reforço para a vacina Covid, mas os líderes de saúde disseram que era importante saber:
  • Quanto tempo durará a proteção contra as doses duplas originais - e serão necessários reforços?
  • As pessoas receberão a mesma vacina do que administrada originalmente?
  • Como o ajuste das vacinas para novas variantes funcionará?
  • As vacinas da Covid serão ajustadas todos os anos, como a vacina contra a gripe, ou com mais frequência?
  • As crianças serão vacinadas e, em caso afirmativo, quando, onde e como?

Por outro lado, e caso seja necessário o reforço anual, os responsáveis da saúde falam da necessidade de ter instalações próprias para isso, em vez de usar pavilhões desportivos ou outras unidades semelhantes.

O estudo que está a ser feito no Reino Unido sobre as “terceiras doses” é o primeiro que está a ser conduzido a nível mundial e deverá fornecer dados importantes para avaliar o impacto da terceira dose na resposta dos sistemas imunitários. Estão a ser usadas sete vacinas diferentes neste estudo, que inclui 2,886 participantes que começaram a receber as doses no início de junho. Os primeiros dados deverão ser conhecidos em setembro, refere informação governamental online.
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