Em declarações à Lusa o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga, confirmou que o Conselho Nacional, reunido em Quelimane, centro do país, decidiu expulsar o edil da Beira "por abandono do seu posto de trabalho como membro do partido, ao candidatar-se como independente e juntar-se ao Grupo de Reflexão e Mudança", um grupo cívico, liderado por Francisco Masquil, ex-governador de Sofala, centro de Moçambique.

"Chegou-se à conclusão que se deve aceitar o abandono do partido" por parte de Daviz Simango, indicou o porta-voz da RENAMO.

Mazanga destacou ainda que, "a partir desta resolução, a RENAMO decidiu interditá-lo (Daviz Simango) de usar os símbolos do partido, nomeadamente, a figura do presidente (Afonso Dhlakama), a bandeira, instalações e todos os distintivos do partido".

A expulsão do edil da Beira é o culminar de uma recente decisão de excluir Daviz Simango como candidato da RENAMO às eleições municipais de 19 de Novembro.

Recentemente, o principal partido da oposição moçambicana chumbou a proposta de indicação do nome do actual autarca da Beira para candidato às autárquicas, alegando ser quadro do Partido de Convenção Nacional PCN, um pequeno partido coligado a RENAMO na Assembleia da República.

Posteriormente, Daviz Simango apresentou a sua candidatura como independente à presidência da cidade da Beira, apoiada por militantes da RENAMO.

O apoio ao autarca deveu-se ao facto de, durante os cinco anos do mandato de Daviz Simango, a Beira ter sido considerada por várias avaliações, incluindo internacionais, como um dos melhores municípios de África em termos de gestão.

Para a RENAMO, ao apresentar a "candidatura rebelde", o presidente do município da Beira contrariou os princípios do partido, depois da sua exclusão das eleições internas do partido, que deram vitória a Manuel Pereira, deputado à Assembleia da República.

À excepção de Daviz Simango, a RENAMO decidiu manter como candidatos por esta formação políticas às autárquicas de Novembro os presidentes dos cinco municípios sob gestão desta força política moçambicana: Beira, Nacala, Marromeu, Angoche e Ilha de Moçambique.

Mazanga indicou também que o órgão deliberativo da RENAMO definiu como "prioridade" a manutenção dos cinco municípios que já detém e a conquista de "outros tantos" municípios, de um total de 43 círculos a serem disputados a 19 de Novembro.